No AMAZÔNIA:
Servidores temporários dispensados pelo Estado para atender ao Termo de Ajuste de Conduta do Ministério Público denunciam que estão sendo mandados para rua sem receber todos os vencimentos a que têm direito, a exemplo de 13º proporcional, férias ou dias trabalhados. A Associação dos Servidores Públicos do Norte e Nordestes (Asprene) informa ainda que existem casos de temporários que foram dispensados durante a licença-saúde.
Foi o que aconteceu com a técnica de enfermagem da Secretaria de Saúde, Carmen Cardoso, 41 anos. Após 17 anos de serviço público ela foi dispensada em novembro enquanto ainda estava licenciada. 'Foi horrível, entrei de licença em outubro para tratar de uma trombose, fiquei um tempo internada e quando sai do hospital, em novembro, fui até lá para entregar uns laudos e me disseram que tinha sido dispensada no início do mês', afirmou.
Ao sair da Sespa não recebeu 13º proporcional, férias ou qualquer outro tipo de benefício. 'Não recebi nada. E o pior é que desde 2005, quando levei um tiro de um policial militar quando estava entrando no meu local de trabalho, fiquei com a saúde comprometida, praticamente perdi o movimento de um dos braços. Como posso arranjar emprego deste jeito?', lamentou.
Ela disse que procurou informações na Sespa e na Sead sobre estes pagamentos, mas foi informada que tinham sido suspensos por conta do contingenciamento de despesas. A mesma resposta ouviu a ex-auxiliar administrativa, Ernilene Rodrigues ao ser dispensada da Sespa após 15 anos de serviço. 'Não recebi nem décimo, férias e nem os plantões que fiz antes de sair', afirmou.
De acordo com uma das representantes da comissão, Suzete Cardoso, aproximadamente 30 mil servidores de todo Estado estão nesta situação. Alguns deles estão, inclusive, sem receber desde 2006. Procurada pela reportagem, a Secretaria de Planejamento e Finanças (Sepof), que está coordenando as negociações com os temporários, não se manifestou sobre o assunto.
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