segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Igreja vai reabrir ao público

No AMAZÔNIA:

Quarenta pessoas entram diariamente na Igreja da Sé, a Catedral Metropolitana de Belém. Em frente ao altar se benzem e logo se espalham por vários locais do grande templo, cuja construção foi iniciada há 261 anos, em 1748. Elas são responsáveis pela restauração e revitalização da velha Catedral, que reabrirá amanhã ao público.
O templo passou por uma ampla reforma, a maior desde a sua construção, em 1748, a partir de projeto do arquiteto italiano Antônio José Landi (Bolonha, 30 de outubro de 1713 - Belém, 22 de junho de 1791). Fechada para visitação desde 2005, quando teve início o projeto de reforma, é da Igreja da Sé que sai o Círio de Nazaré, no segundo domingo de outubro.
A obra inclui reforma do telhado e do piso; demolições, construções e instalação dos novos sistemas hidráulico e elétrico; pinturas decorativas de forros e paredes e os retábulos, e pinturas sobre telas, mobiliário, esculturas e objetos sacros.
Um dos trabalhos mais delicados e minuciosos é o da restauração das pinturas em tela. É nisso que trabalha Amanda Teixeira. Ela é uma das sete integrantes da equipe de auxiliares de restauração em tela, que chegou a trabalhar dez horas por dia. Estudante do curso de Artes Visuais, da Universidade Federal do Pará, ela conta que tem tido uma experiência muito positiva na Catedral, não apenas como artista, mas também como cidadã. 'É uma experiência que vou levar para o resto da vida', afirma.
Limpeza mecânica, química, enxerto, nivelamento, envernização e reintegração são algumas das etapas do processo de restauração. As telas, que datam do século XVIII precisaram de até cinco meses para uma completa restauração.
Gislande Vasconcelos é assistente de restauro de esculturas. Ela diz ser privilegiada por fazer parte do processo histórico de reforma da Catedral. 'Parece que estou contribuindo com uma parte de mim para Deus. Sei que a igreja foi feita pelo homem, mas tem um significado religioso. Por isso me sinto privilegiada', diz a católica Gislande.
A obra conta com a experiência do pedreiro de restauração Mário Aires, que já participou de obras em outras igrejas integrantes do patrimônio histórico de Belém, como a de Santo Alexandre e a Igreja do Carmo. 'Espero que daqui a dez ou 20 anos eu possa entrar e dizer para os meus filhos e netos que trabalhei aqui. Iria me sentir muito orgulhoso', ressalta.

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