“PT meteu não somente os pés na lama, mas o corpo inteiro”

De um Anônimo, sobre a postagem O PT caminha. Mas caminha para onde?:

Acho engraçado, verdadeiramente engraçado, que os petistas - na falta de outro argumento mais consistente - digam que as críticas que se fazem ao PT (no caso, responder à pergunta proposta: Para onde vai o partido?) são oriundas das "elites".
Não se dão conta (ou, pelo menos, fingem que não se dão conta) de que os dirigentes do PT constituem-se em uma elite perfeitamente acomodada no poder político (e, considerando os escândalos a que assistimos desde o famigerado Mensalão, com posições consolidadas em vários setores da economia, como, por exemplo, nos milionários fundos de pensão estatais).
O PT forma parte na elite política brasileira. Isto é inegável.
No máximo, o que podemos admitir é que tal elite esteja em disputa com outras elites.
Mas, quando vemos que o presidente Lula, a Metamorfose Ambulante autodeclarada, anda de braços dados com José Sarney, Renan Calheiros e Fernando Collor de Melo, defendendo-os vigorosamente (a ponto de calar o Senador Mercadante, outrora uma das estrelas do PT), fica até difícil definir a que tipo de elite pertence o PT, não é, PB?
O PT meteu não somente os pés na lama, mas o corpo inteiro, até ao último fio de cabelo. Isto é inegável e, por isso, considero o teu texto, PB, muito pertinente.
Aliás, contra qual elite bradam os petistas? Só se for contra FHC e Serra - foram os que sobraram do outro lado (e, cá entre nós, comparados com a turma acima citada, eles se constituem num grupo muito mais qualificado. Ou não?)
No Pará, Ana Júlia é aliada de Duciomar - sendo assim, contra qual elite bradam os furiosos petistas?
Mal acostumados às críticas e revelando que não perderam ainda completamente o viés messiânico que os faz pensar que são, a priori, melhores do que toda e qualquer elite, o PT (e os petistas que ilustram este blog com seus comentários), se quiser sair da lama em que chafurda, precisa fazer uma autocrítica sincera sobre os erros cometidos, sacrificar alguns companheiros que foram marcados com o terrível sinete da corrupção na fronte (Delúbio foi expulso do partido, mas José Dirceu está lá e, o que é pior, dando as cartas - sim, dando as cartas!) e adotar um discurso mais realista ou pragmático.
Dizer que as elites (Por favor, qual elite?) não gostam do PT, é não somente um argumento fraco, mas - perdoem-me a dureza do termo - burro.