domingo, 16 de agosto de 2009

Em meio ao caos, um “bom dia” faz a diferença

Nem tudo está perdido.
Contra o caos, a educação.
Contra a bagunça, a delicadeza.
Apesar do caos e da bagunça, a atenção de um trabalhador em relação àqueles a quem nem conhece.
Daniel Florentino, leitor do blog, viveu essa experiência.
Em meio ao caos completo em que se transformou o trânsito em Belém, na última sexta-feira, um simples “bom dia” o deixou desconcertado.
Agradavelmente desconcertado.
Leiam abaixo:

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Vindo trabalhar dei de cara com um engarrafamento monstruoso que me acompanhou da porta de casa até quase a entrada do trabalho.
Fiquei na parado esperando o ônibus que demorou mais do que de costume e veio lotado, claro, como de costume. Entrei e logo de cara levei um “Bom dia, amigo” do cobrador. Rapaz, é pra se desconfiar, olhar para os lados... É comigo? Como demorei pra responder, veio outro sonoro “Bom dia, meu irmão” em alto e bom som. Respondi à delicadeza e sentei bem ao lado do feliz trabalhador.
Mas, pra minha surpresa, e é por isso que registro esse momento, o cara falava “bom dia” com um sorriso espontâneo pra todos que passavam. Não tinha cara feia que chegasse à roleta e não levasse a saudação.
Os mal humorados, irritados, tímidos, desconfiados (como eu) já se desarmavam, esboçavam um sorriso tímido e passavam a catraca como se, momentaneamente, todo o caos do trânsito de Belém, que hoje [na sexta-feira] superou todos os limites de paciência, somado àquela Lua fria refletindo em nossa careca, ficara em segundo plano. E claro que teve dois ou três infelizes que não responderam ao nosso amigo, mas nem pelo seu Oscar alho, esses aí eu acho que já nasceram brigando com e médico - “Ô de branco, que demora pra me tirar, hein amizade...” - tive que falar com ele.
Fabrício Costa, da empresa Monte Cristo linha Pedreira-Lomas A, carro 310, mora no bairro Icuí-guajará, acorda às 4 horas da manhã e faz quatro viagens diárias na sua linha. Casado há sete anos e há cinco meses como cobrador dando “bom dia” pra todos os seus passageiros, com sorriso no rosto, atencioso no troco e bom de papo. Fica uma lição como disse na frase: “Meu amigo, por mais que eu não receba uma resposta, eu estou fazendo a minha parte.”
Um “Bom Dia” é contagiante.
Ah, sim, levei 65 minutos num trajeto que normalmente levaria uns 20 minutos. Mas isso é pra outro comentário...

4 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia Daniel,
Bom dia Paulo,
Bom dia Fabricio,
Bom dia aos leitores!!
´
É simples, mas inflizmente não corriqueiro. Daniel e Paulo tem toda razão em reverenciar a atitude de Fabrício. Como se vê, este teria incontáveis motivos para agir de forma como (quase)todos nós estamos acostumados. Mas prefere a postura positiva, acolhedora e contagiante. Prefere não se mirar em seu próprio umbigo, sentir a cada minuto a dor de suas vicissitudes e encarar a vida com mais leveza e cordialidade. A quatro anos atrás, mudei de setor no órgão que trabalho. Minha rotina, ATÉ ENTÃO, ao chegar, era dar aquele sonoro BOOOM DIIIA!! a todos de uma vez. Fui supreendido logo no primeiro dia, quando um dos funcionários chegou, apertou a mão de todos presentes, um por um, desejando um bom dia individualmente. Essa atitude, transformou meu modo de bom dia numa atitude um tanto quanto vazia, apenas formalidade. Senti necessidade de transforma-la, para que carregasse consigo a verdadeira mensagem de bom viver ao próximo. a partir de então, passei a ter a mesma atitude do colega. No mesmo ambiente são 10 pessoas, hoje, 4 já agem da mesma meneira. Comntinue assim Daniel. Um forte abraço.

Anônimo disse...

Gentileza gera gentileza!! Tá faltando isso aos paraenses.

Anônimo disse...

Caro editor, como seria otimo encontrar nos postos de saúde, secretarias de escolas, recepções dos departamentos da Seduc, por exemplo, pessoas como o Fabrício Costa. É triste chegar em um órgão público desejar uma informação ou uma simples orientação e não encontrar um cidadão, pago com o nosso esforço diário, para te acolher, te recepcionar, te dar um bom dia. No prédio da Secretaria de Educação do Estado as pessoas entrão e saem, cruzam com você, as vezes até te atropelam e não falam com você. Nos outros órgãos do
Estado não é muito diferente para nossa tristeza. Os mais humildes são os que mais sofrem com estas grosserias. Diariamente nos postos de saude a população sofre com a falta de qualidade no atendimento ao público. Nas unidades de saude a qualidade do primeiro atendimento é fundamental. O Fabrício Costa pode ao longo do dia desejar centenas de Bom Dia para diferentes cidadãos mesmo trabalhando em um ambiente que, no geral, beira os 40 graus, porque o cidadão que trabalha no ar condicionado e tem estabilidade no emprego não pode fazer os mesmo. Caro editor, precisamos iniciar uma campanha para melhorar a qualidade no atendimento no serviço público principalmente, afinal,um bom dia não custa nada e faz um bem danado.

um abraço

Val-André Mutran  disse...

Fabrício Costa
Bom dia irmão!