sexta-feira, 13 de março de 2009

Retirada causa revolta

No AMAZÔNIA:

Tensão e comoção marcaram uma operação de liberação de vias públicas que destruiu 11 barracas irregulares de ambulantes na Vileta. A ação, que é realizada em conjunto pela Secretaria Municipal de Economia (Secon) e pela Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), aconteceu na manhã de ontem com o objetivo de livrar as calçadas e urbanizar a cidade. A remoção revoltou populares e os próprios comerciantes do local. As secretarias se defendem, afirmando que todos os prejudicados foram alertados com notificações feitas previamente.
A comerciante Antônia Marques Barros foi quem mais sofreu com a iniciativa, que se restringiu ao perímetro Almirante Barroso-João Paulo II. Ela era dona de um trailer fixado na calçada com concreto, comprado há seis meses do antigo proprietário, que teria agido de má-fé ao vender o espaço para Antônia, uma vez que ele já sabia da provável retirada. Enquanto a remoção era feita, ela chegou a desmaiar por duas vezes. Ao se recompor, ela afirmou que a emoção era muito grande e que a ação iria aumentar a criminalidade nos arredores. 'É uma situação muito triste, mas se o prefeito prefere que os ladrões tomem a rua, o que podemos fazer?', perguntou, inconformada.
Os ambulantes pareciam ter sido pegos de surpresa e tiveram de assistir à demolição de seus pontos de trabalho. Eles também tiveram que providenciar a retirada de vários tipos de produtos usados no cotidiano. Bebidas, comidas, cadeiras, frigobares, geladeiras, freezers, fogões, mesas, botijões de gás e engradados de cerveja eram carregados pelos comerciantes, que levavam no rosto um semblante de desânimo e desolação. Alguns conseguiram carrinhos de mão e se revezavam para não evitar um prejuízo maior.
Lene Pantoja, que possuía uma barraca de lanches no perímetro há mais de 15 anos, afirmou que não recebeu nenhum aviso ou notificação. 'Pra mim não chegou nada. Estou pasma de ver uma coisa dessas. É o nosso único jeito de trabalhar e se manter. Agora eu não tenho nem idéia do que eu vou fazer pra me sustentar'. Ela também apontou a alta da criminalidade como uma consequência da retirada. 'O movimento vai cair bastante e a rua vai virar lugar de mendigo, zona de assalto e de uso de droga', disse ela enquanto a força-tarefa da Secon quebrava a sua barraca a marretadas e populares aplaudiam ironicamente, assistidos por dez membros da Guarda Municipal, que estavam no local para evitar qualquer confronto.

Um comentário:

Anônimo disse...

A Prefeitura está certissima em tirar este pessoal das calçadas. Não seria mais facil não permitir isto no inicio do que depois? Para que serve os fiscais da SECON? Só para pegar ponta? Por sinal a SECON deveria tirar todos estes montrengos das calçadas assim como os lavajatos que ornamentam esta nossa feia cidade.