segunda-feira, 30 de março de 2009

Família se refugia em Manaus, mas acaba voltando ao Pará

No AMAZÔNIA:

Devido aos problemas enfrentados em Óbidos, Marlene resolveu voltar para Manaus, onde nasceu. Logo que chegou à cidade, procurou o programa Sentinela, no qual as crianças passaram a receber assistência psicológica e fazer aulas de hip hop. Mas, segundo a mãe das meninas, esse direito foi retirado das crianças por uma desembargadora, que alegou que os laudos psicossociais apresentados por Marlene não tinham validade, pois não faziam parte de sua jurisdição. 'Foi essa mulher que acabou com a minha vida', disse.
Marlene mudou de novo de cidade, mas, desta vez, foi para Mosqueiro e ficou na casa de amigos. O Conselho Tutelar apareceu no local e informou que a mãe das meninas estava na companhia do ex-companheiro, José Eduardo, no final de 2008. 'Fui acusada de estar com ele, mas, no entanto, mesmo com uma denúncia de pedofilia, ninguém resolveu prendê-lo? Essa é a prova de que ele não estava lá', informou.
Depois deste episódio, as crianças, enfim, passaram a receber atendimento no Pró-paz, em Belém. Foi nesta época que o juiz José Ronaldo Pereira Sales informou que era melhor a filha mais nova de Marlene ficar em Óbidos, na companhia do pai. 'Desde 2 de dezembro de 2008 não tenho mais contato com a minha filha. Eu sei que ela sente saudade de mim', contou.
Hoje, Marlene vive em um albergue no bairro da Cidade Velha com a filha do primeiro casamento, que recebe assistência psicológica. Ela acredita que se o juiz analisasse com imparcialidade e cautela os autos da ação penal perceberia que o médico que inicialmente atestou o ato libidinoso contra as crianças mentiu. E que o interesse de Flávio Savino e do juiz José Ronado Pereira Sales é no dinheiro do acusado de abuso sexual, pois no mesmo dia em que o pai pediu a guarda da criança, ele solicitou também que a pensão alimentícia que ele bancava fosse suspensa. 'Ele pensava na herança de R$ 1 milhão que eu poderia herdar, por ser mulher do José Eduardo'.
O juiz José Ronaldo informou - por meio de sua secretária, identificada apenas como Natércia - que não iria se manifestar sobre o assunto. O motivo é que o processo envolve crianças e, por isso, corre em segredo judicial.

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