No AMAZÔNIA:
A delegada Deuza Seabra não descarta a possibilidade de deixar de indiciar policiais pelas mortes no Paar. Há, a favor disso, um agravante. Pelo menos duas testemunhas que poderiam provar que os jovens foram vítimas de execução negaram, em depoimento, a versão de que não houve reação à prisão por parte dos jovens - tese levantada durante o inquérito por parentes.
O mototaxista que conduziu Jorge Willer e Fernando Batista na tarde em que eles foram mortos negou ter presenciado qualquer abordagem dos policiais. A versão apresentada pelo irmão mais novo de Jorge Willer, Max Willer, em depoimento, apontava o mototaxista como testemunha chave do que, segundo ele, foi uma execução sumária. Na versão de Max, o mototaxista, que terá a identidade preservada, foi liberado antes dos dois jovens serem colocados dentro do carro da Rotam, ainda com vida.Nos dias seguintes às mortes no Paar, o Amazônia entrevistou familiares do mototaxista. A mãe e a ex-companheira dele confirmaram as agressões físicas sofridas. A mãe contou que o jovem, à época, foi mandado para a casa de um parente, no Guamá. O mototaxista se recusou a dar entrevista e não procurou a delegacia para denunciar as supostas agressões. Em depoimento e durante acareação realizada em fevereiro, o mototaxista negou ter sofrido agressões. Segundo a polícia, Jorge Willer e Fernando trocaram tiros com os PMs da 3ª Zpol e da Rotam em uma área de matagal, próximo à estrada do Curuçambá, e acabaram mortos. A troca de tiros teria ocorrido no final da manhã do domingo, 18 de janeiro. Max, o mototaxista e uma terceira testemunha, dona de um bar na área onde os dois foram mortos, foram colocados frente a frente. Os três sustentaram as versões conflitantes que já estavam registradas em depoimentos isolados, anexados ao inquérito.
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