quarta-feira, 18 de março de 2009

PF investiga se Dantas doou R$ 30,4 milhões "ao partido"

Na FOLHA DE S.PAULO:

A Operação Satiagraha apreendeu, no apartamento do banqueiro Daniel Dantas, no Rio, dois papéis descritos como "extratos" e intitulados "contribuições ao partido", num total de R$ 30,44 milhões, segundo o auto de apreensão assinado pelo delegado federal responsável pelas buscas.
O material é periciado pela Polícia Federal e deverá constar do relatório final do inquérito. Dantas e o banco Opportunity não têm doações oficiais para campanhas eleitorais desde 2002, diretamente em seus nomes, embora um alto executivo do banco, Dório Ferman, tenha feito doações que somam R$ 14 mil aos deputados Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) e Raul Jungmann (PPS-PE).
Os papéis integram o inquérito aberto pela PF para apurar supostas gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro por Dantas e Opportunity. Em 2008, à época da segunda prisão de Dantas, foi revelada a apreensão, no apartamento, do documento "contribuições ao clube", no valor de R$ 36 milhões.
A íntegra do auto de apreensão revela que havia três documentos sobre "contribuições": "Ao partido" teriam sido destinados dois pagamentos, um de R$ 36 mil e outro de R$ 30,4 milhões. O auto não esclarece a sigla partidária e os detalhes dos supostos pagamentos.
Os papéis foram encontrados em 8 de julho passado pela equipe do delegado da PF Carlos Eduardo Pellegrini, encarregado do cumprimento da ordem, emitida pelo juiz Fausto De Sanctis, de busca e apreensão no endereço em que Dantas reside, em Ipanema, no Rio.
O auto revela que a PF arrecadou 72 itens, dos quais 14 HDs (discos rígidos) externos, dois internos, cinco notebooks, dois pen drives, um palm top, uma agenda eletrônica e sete CDs. Os HDs externos estão protegidos por complexa criptografia que a PF disse não poder decifrar, o que levou o juiz De Sanctis a enviá-los aos EUA para tentar desbloqueá-los.
Quatro notebooks, 11 HDs externos e os dois internos estavam no quarto de Dantas, onde o delegado Protógenes Queiroz descreveu haver uma "parede falsa", embora Dantas tenha dito, em depoimento à CPI dos Grampos, tratar-se de "armário com porta de correr".
A polícia apreendeu ainda um saco plástico com 52 cartas "a destinatários diversos", um documento intitulado "operacione corriere" e outro saco plástico contendo "22 manuscritos diversos". Numa bolsa azul, o banqueiro guardava outros 13 "manuscritos diversos".
O auto cita ainda a apreensão de uma "transcrição de uma conversa" da qual teria participado uma ex-consultora contratada pela Brasil Telecom. Com Dantas havia ainda uma cópia de sua declaração de bens e rendimentos do exercício de 2006 -de 201 páginas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Xiii, será que a República vai conseguir ficar de pé (isso se "deixarem" investigar para quem foi a doação..hehe)?