segunda-feira, 2 de março de 2009

Kit escolar: produção fora Estado revela incoerências

Nenhum empresário do setor gráfico de Belém tinha informação sobre as agendas que integram o kit escolar do governo do Estado, até que um deles recebeu, há cerca de duas semanas, a informação de que o material havia sido produzido longe, bem longe dos pagos paraense.
Foi produzido longe dos pagos do Pará, mas foi bem pago.
As agendas, soube então o empresário, foram confeccionadas na tradicional Gráfica Santa Marta, situada em João Pessoa (PB), com mais de 40 anos de funcionamento e com um parque gráfico que, segundo consta de seu site, tem a dimensão de 13 mil metros quadrados (veja na imagem acima um detalhe).
A informação levada ao empresário foi absolutamente confirmada não apenas por ele, mas por vários outros que atuam no setor gráfico. Como foi admitida como veraz, como procedente e verdadeira por duas altas e graduadas – e ponham altas e graduadas nisso – personalidades do alto escalão do governo do Estado, depois de questionadas a respeito durante conversas sobre se processaram em nível institucional, mas bastante reservado.
Há impedimento em mandar confeccionar, fora do Pará, cerca de 1,2 milhão de agendas escolares?
Objetivamente, não há.
Mas moralmente e politicamente, há.
Não apenas este, mas todos os governos anteriores, enfatizam sempre que podem a necessidade de priorizar-se a geração de emprego e renda no próprio Estado, aqui mesmo no Pará.
Aliás, vejam aqui trecho de matéria disponível no site da Agência Pará e que aborda a entrega dos kits.

Cada kit contém duas camisas da escola, uma mochila e uma agenda escolar. As camisas estão sendo confeccionadas por cooperativas, gerando mais emprego e renda para a população.

Ótimo.
E com as agendas?
Tendo sido produzidas em João Pessoa (PB), quantos empregos e quanto de renda foi gerada no Pará?
Qual a coerência entre o discurso e a prática?
Qual a coerência entre o discurso e a agenda?
Qual a coerência entre o discurso da “promoção social” – tão caro a governos petistas, quaisquer que sejam – e a eleição, a escolha de uma gráfica de fora do Estado para confeccionar agendas que demandaram custos para os cofres públicos.
E por último, mas não menos importante – aliás, o mais importante de tudo: que critérios levaram à escolha da Gráfica Santa Marta sem licitação pública?

2 comentários:

Anônimo disse...

O ladrão rouba, furta um celular, vai para p presidio aguardar a disposição da justiça e soltá-lo quando bem quiser etc........... politico rouba direto, furta direto e não acontece nada? Realmente a Constituição fedral não serve pra nada :Todos são iguais perante à lei.

Anônimo disse...

só as 1 milhao de agendas, custaram 15 milhoes de reais