sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Setransbel pede R$ 1,92

No AMAZÔNIA:

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) divulgou, ontem de manhã, sua proposta de reajuste para a passagem de ônibus na capital do Estado. Se depender dos empresários o valor sobe de R$ 1,50 para R$ 1,92 até o final do ano. Mas o aumento ainda depende da comparação com a proposta da Companhia de Transportes de Belém (Ctbel), avaliação do Conselho Municipal de Transportes e aprovação do prefeito Duciomar Costa. Se passar por todas essas etapas o reajuste de 28% sobre o valor atual deve ser adotado também nas outras cidades da Região Metropolitana de Belém.
No último reajuste, em agosto de 2007, a proposta do Setransbel, de R$ 1,66, foi derrubada pela prefeitura que homologou o aumento no valor de R$ 1,50. Essa diferença, segundo o sindicato, gerou um prejuízo superior a R$ 58 milhões. 'Daria, no mínimo, para comprar 140 ônibus novos', calcula o diretor técnico do Setransbel, Delson Souza, para quem a renovação da frota ficou prejudicada ao longo desses 16 meses sem reajuste. Esse ano, segundo ele, as empresas adquiriram apenas 164 novos ônibus. Contra 204 em 2007 e 219 em 2006. 'Ficaremos muito abaixo da média dos dois últimos anos porque, sem dinheiro, as empresas trocam apenas o mínimo necessário', justificou. Pela regulamentação municipal, os veículos precisam ser substituídos a cada 10 anos.
Para o presidente do Setransbel, Mário Martins, se a prefeitura repetir o que fez no ano passado, cortando R$ 16 centavos do reajuste proposto pelos empresários, a situação vai se agravar. Segundo ele, pode faltar dinheiro para pagar o 13º salário dos funcionários. 'A receita mal está dando para pagar os salários ao longo do ano, quando chega esse período você tem de pagar duas vezes. Estamos sem insumo e o 13º pode ser prejudicado sim'.
Em Belém, há 29 empresas de transporte coletivo que empregam 8.480 funcionários, de acordo com dados do Setransbel. O sindicato defende o aumento com base, principalmente, em três itens que teriam sofrido reajuste acima da média durante esse período. O preço dos veículos, das peças e do material de rodagem, como pneus, câmara e outros itens do gênero. O valor proposto, segundo eles, está dentro do poder aquisitivo da parcela da população que ganha um salário mínimo (R$ 415). 'Dizer que o poder aquisitivo da população vai cair para mim é balela. Agora, se há pessoas ganhando menos de um salário mínimo o problema não é sindicato ou das empresas de transporte', afirmou.
Essa é a segunda proposta que o Setransbel envia para a Ctbel esse ano. Em junho, o sindicato já havia apresentado uma planilha com o aumento sugerido de R$ 1,82. A diferença de dez centavos, de acordo com Delson, tem relação com a instabilidade econômica do período. Mesmo sem saber precisar em quanto deve ficar a proposta da Ctbel, o diretor técnico do sindicato acredita que o valor não deve ficar muito abaixo.

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