O senador José Nery ocupou a tribuna do Senado Federal para um pronunciamento em solidariedade ao delegado Protógenes Queiroz, responsável pela operação Satiagraha, que levou o banqueiro Daniel Dantas à prisão, junto com o doleiro Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pita.
De acordo com o senador, está sendo orquestrada uma operação para “inverter completamente os papéis numa das mais bem sucedidas investigações da Polícia Federal, a Operação Satiagraha”.
No dia 5 de novembro, a Polícia Federal realizou operações de busca e apreensão na casa do delegado Protógenes. Ele teve suas residências invadidas pela própria Polícia Federal com mandados de busca e apreensão. Em Brasília, estavam em casa, a mulher e o filho dele, de 7 anos. No Rio de Janeiro, outro filho, de 21 anos, foi surpreendido pela Operação. Em São Paulo, o próprio Protógenes foi acordado por volta de 5h50 da manhã, pelos "colegas" que vasculharam a residência e apreenderam dois celulares do delegado.
“Para nós do PSOL, todos esses desdobramentos aconteceram, porque a Operação Satiagraha desnudou profundas relações criminosas envolvendo setores dos três poderes da República. Por isso, desde o dia da prisão de Daniel Dantas, há uma ação articulada pelos mesmos poderes no sentido de intimidar, desqualificar e desmoralizar essa Operação”, disse Nery.
“Aquele que teve coragem de enfrentar bandidos poderosos está sendo perseguido em uma articulação de parte dos três poderes da República, que certamente temem pelos resultados da Operação Satiagraha. Cremos que a população brasileira não possa assistir passivamente a essa tentativa de desqualificação de um homem público com o histórico de Protógenes Queiroz, um brilhante servidor que tem prestado grande serviço à população brasileira”, completou o senador.
Fonte: Assessoria Parlamentar
Um comentário:
No Brasil, os fins justificam os meios.
Há quem não se preocupe com os métodos investigativos usados na operação.
Porém, eu me preocupo.
Utilizar 61 servidores, conforme anunciado na imprensa, de um órgão de inteligência para vigiar pessoas que, supostamente, teriam comentido crimes comuns, não pode ser considerado normal em um País que se intitula democrático.
Entretanto, parece que é mais fácil defender a polícia do que sustentar que o suposto criminoso pode não ser, verdadeiramente, um criminoso.
Deixar a tarefa da defesa para os advogados talvez seja mais interessante, apesar de não ser, do meu ponto de vista, a mais prudente.
Politicamente é mais negocio tangenciar entre opiniões que vão do acerto ao desacerto, já que ninguém, nesse ramo, quer ter menos votos porque poderiam entender que estaria a defender criminosos. Esquecem-se que estes não se confudem com o delito.
Achar pessoas inocentes, até prova definitiva em contrário, ainda não é uma cultura em nosso País.
Quem comete crimes deve, sim, responder por suas condutas, mas o Estado não pode tangenciar a ilegalidade para justificar suas atividades. Defender o contrário é atentar contra a Constituição.
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