A História, o juiz que absolve os maus governantes

Podem prestar atenção.
Qualquer mau governante acha que será julgado – e bem julgado – apenas pela História.
Quando vocês ouvirem ou lerem essa conversa fiada, é sinal de que o governante sabe que seu governo foi um dos piores.
Quem governa bem tem logo a aprovação aqui e agora.
Quem governa mal acha que a História, sempre ela, o absolverá.
Até Raimundo Ribeiro, o operante presidente do Cube do Remo, acha que a História o julgará positivamente.
Vejam só, até Raimundo Ribeiro acha isso.
De vez em quando, quando coleguinhas – alguns muito enternecidos com as alocuções do cartola – lhe franqueiam os microfones, ouvem de Ribeiro mais ou menos o seguinte:
- Um dia, vocês ainda vão me dar razão...
Viram aí? É Ribeiro convocando a História para julgá-lo.
Agora, temos David Frum, ex-assessor especial de Bush, apontado como responsável pelos discursos do presidente George W. Bush e autor da expressão “eixo do mal”.
Leiam-no:
“Qualquer coisa que disser que é o legado pode mudar completamente com o tempo. Muitas das conquistas de Bush só serão perceptíveis depois de algum tempo. Ele fez muitas coisas, mas este é um mau momento para dizer qual foi o mais importante.”
Não há dúvida: George W. Bush foi um dos piores – senão o pior – presidente da História dos Estados Unidos.
Mas Bush e os seus – como David Frum – acham que as conquistas do governo Bush “só serão perceptíveis depois de algum tempo”.
Está aí? Quem aspira à absolvição que chame a História.
Bush e bushistas já a convocaram.