Dorneles deixa o Leão azul

No AMAZÔNIA:

A reapresentação do elenco profissional do Clube do Remo está marcada para segunda-feira de manhã. Se antes não se sabia quem ia aparecer para treinar, já que na melhor das contas sobram apenas doze jogadores ainda no elenco, parte dele ainda sub-20, ontem soube-se que não haverá técnico na recepção. Carlinhos Dorneles, coordenador das divisões de base e quem fazia o papel de treinador do profissional, deixou claro que não mais desempenhará essa última função. Aliás, afirmou que não sabe nem se volta ao clube no começo da semana. O motivo é o total abandono da base e da falta de condições de trabalhar no profissional.
Dorneles reclama do abandono do futebol azulino e nem cita o próprio abandono, já que está sem receber há mais de três anos. Ele garante que a paciência está por um fio e que não sabe se estará depois de amanhã nem para treinar os juniores. 'Vou para casa buscar forças. Se dependesse do que sinto hoje já estaria fora do Remo. Se voltar na segunda-feira será para treinar o sub-20, não o profissional.'
Ele lembra que quem o conduziu ao elenco profissional foi Sérgio Papelin, ex-supervisor de futebol profissional, e que os dirigentes que ficaram não falaram com ele sobre esse assunto. 'Fui convidado pelo Papelin e acumulava a função no profissional. Até agora não tive nenhum convite para permanecer no profisional.' Dorneles lembrou também da incerteza quanto aos atletas que estarão no Baenão nessa data. 'Os jogadores saíram de férias sem receber os salários, e voltarão na mesma situação e sem perspectivas. Além do mais, a maioria deles, até onde sei, está emprestada a outros clubes.'
O treinador lamenta a falta de apoio por parte da diretoria. Ele lembra que chegou a procurar alguém para cuidar do gramado do Baenão e nem nisso foi respeitado, já que cederam o campo para o mesmo horário em que estava marcado um treino do sub-20. 'Íamos treinar amanhã (hoje) de manhã, mas não poderemos porque o campo do Baenão foi cedido. Sendo que ele estava abandonado. Nós é que tivemos que mandar baixar a grama. Ningupém procura saber do trabalho que está sendo feito. Nós também estamos abandonados', confirmou. 'Tento ajudar, mas todo mundo sabe o que eu e meus colegas passamos aqui. A gente procura fazer um trabalho com planejamento, mas sem estrutura e apoio não dá', finalizou Dorneles.