Já foi pior, muito pior o clima na Companhia Docas do Pará (CDP).
No ano passado, depois que 18 pessoas foram presas durante a Operação Galiléia, sob a acusação de envolvimento em fraudes em processos licitatórios, o ambiente na Companhia tornou-se de permanente caça às bruxas.
O que mais se via era funcionário dos escalão médio e inferior metendo a mão no fundo das gavetas e dos armários, à procura de documentos que os inocentassem de qualquer participação nas tramóias que levaram o Ministério Público Federal a denunciar, entre outros, o então presidente da Companhia, Ademir Andrade; seu filho, o atual deputado estadual Cássio Andrade, e o ex-presidente da CDP Erickson Alexandre Barbosa.
A revolta entre os funcionários de escalões inferiores era maior porque vários não apenas desconheciam os esquemas fraudulentos como sempre agiram de boa fé, mas mesmo assim temiam sofrer quaisquer responsabilizações penais por tudo o que ocorreu nos porões da Companhia.
Mas em 2007 a CDP conseguiu libertar-se - um pouco, apenas um pouco - das fortíssimas injunções políticas que predominaram na fase anterior. E aí começou a aparecer o trabalho eminentemente técnico do quadro funcional da Companhia.
Uma demonstração de que a politização descontrolada em todas as esferas da República é um mal.
Aliás, não é um mal, não. É uma praga.
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