Sob o título "Halmélio é a rolinha do arrozal", o padre santareno diocesano Edilberto Sena, que dirige a Rádio Rural AM e é pároco da igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, tem publicado o seguinte comentário no Blog do Jeso. Trata a respeito da ação de improbidade contra o secretário de Saúde, Halmélio Sobral, e mais dois funcionários da Sespa. A ação foi proposta na Subseção Judiciária de Santarém pelo Ministério Público Federal. Leia abaixo o que diz o padre:
O secretário de Saúde do Estado do Pará poderia estar dormindo hoje de consciência em paz. Mas foi se meter em um negócio que mistura serviço público com politicagem. Então, se queimou.
Pode até ser que pessoalmente ele tenha entrado nessa pendenga inocente. Mas no mês de maio passado, quando veio a Santarém, já estava contaminado pela politicagem
O governo anterior [Simão Jatene] armou uma arapuca e o governo atual [Ana Júlia] caiu direitinho, tal qual rolinha na arapuca do arrozal. Como o secretário de Saúde tomou as dores de sua patroa, agora terá que se apresentar perante o juiz federal e explicar como gastou dinheiro público sem fazer licitação. E não foi pouco em pouco tempo com um hospital semi parado.
E o juiz deveria perguntar mais ainda: como um governo manteve um hospital de média complexidade, com equipamentos de 1º Mundo, parados por quase um ano inteiro, quando a população precisava de tratamentos. Quanto mesmo foi gasto lá no HR neste ano com energia elétrica, vigilância, reparos internos e outros gastos de rotina?
O que a Justiça Federal está cobrando do secretário e assessores é uma alta quantia de dinheiro gasto, sem os benefícios para a população. Imagine se o secretário tiver que também responder judicialmente pelos casos de doenças que poderiam ser tratados em Santarém e cujos pacientes foram obrigados a se deslocar para distante?
E se o parentes de alguém que tenha falecido por falta de um tratamento de média complexidade na cidade, quando o hospital regional ficou parado, com equipamentos disponíveis, cobrarem na Justiça?
De fato, o secretário de Saúde se meteu numa teia de víboras, e agora está enrolado e com a vida complicada. Acuado pela pressão judicial e também pela pressão de parte da sociedade civil, o secretário começa a dar sinais de anormalidade.
Aceitou contratar um neurocirurgião competente para servir no Hospital Regional, mas cancelou a contratação porque o médico se uniu à pressão popular contra o atraso no serviço do hospital. O médico não perde pois tem emprego seguro. Perde a população o serviço de alguém que já vive na cidade e tem competência.
Agora o secretário terá que ir ao juiz e responder por ato de improbidade administrativa.Como o acusador é o Ministério Público Federal, que não brinca em serviço, possivelmente ele, seus assessores e a politicagem toda enfrentará maus momentos na vida, e perderá algumas noites de
sono.
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