Em O ESTADO DE S.PAULO:
País descobre salas antigrampo
Para evitar polícia ou arapongas, políticos, advogados e lobistas mandam construir espaços à prova de intrusos
A paranóia que tomou conta do País com a banalização do grampo, da espionagem eletrônica e da multiplicação das formas de invasão da vida privada está aumentando o uso de salas blindadas por pessoas e empresas que precisam de sigilo nas atividades. Entre os principais usuários, estão empresários, políticos, lobistas, doleiros e profissionais liberais em geral. É cada vez maior o número de advogados que recorrem a esse serviço, em razão da freqüente violação das conversas com clientes nas operações policiais. Os escritórios de advocacia - que têm por obrigação legal e por direito o dever de manter o sigilo da relação advogado-cliente - foram alvos de várias operações policiais no ano passado.
As estatísticas são imprecisas, mas os especialistas da área estimam que em 2007 foram construídas entre 90 e 100 salas blindadas em Brasília e São Paulo, os principais mercados desse tipo de serviço. É um número 30% maior que o do ano anterior e o triplo da média histórica de 30 encomendas por ano, antes de eclodir no Brasil, no início da década, a chamada farra do grampo ou “era big brother”, que tornou as pessoas cada vez mais expostas.
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Só em São Paulo foram construídas mais de 100 salas seguras nos últimos anos. “Quem vai falar nesse tipo de espaço tem assuntos mais importantes do que esse valor, são pessoas que mexem com fatos relevantes, situações decisórias, temas sensíveis e, assim, o investimento é proporcional ao fato a ser protegido”, disse Tiago Schettini Batista, especialista em tecnologia e segurança da informação.
No setor financeiro, o que inclui casas de câmbio, legais e ilegais, , esse serviço já é usado há muito tempo, mas a procura se expande sobretudo junto a empresários, políticos e advogados. No Senado, os ex-presidentes da Casa Jader Barbalho (PA) e Renan Calheiros (AL) inauguraram a moda dos gabinetes à prova de escuta. Blindaram com espuma especial as salas onde realizavam encontros e faziam acordos sigilosos.
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