quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Domínio do idioma é mais importante que diploma

Do Comunique-se

O editor executivo da Folha de S. Paulo, Sérgio Dávila, e o diretor de conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour, participaram na tarde desse domingo, 14, do evento organizado na capital paulista pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). Durante o encontro que contou, também, com o diretor de redação do jornal O Globo, Ascânio Seleme, e com o diretor da agência EFE, Jose Antonio Vera, a obrigatoriedade do diploma para exercício da profissão de jornalista foi discutida.
Gandour afirmou ser contrário a volta da obrigatoriedade do diploma de ensino superior em Comunicação Social para exercer a profissão. O executivo do Estadão disse que o mais importante é investir na qualidade das universidades que preparam os novos jornalistas ao mercado. “Sou contra o diploma e a favor de melhores faculdades”, enfatizou durante o evento apelidado de ‘Domingão na SIP’ e que reuniu estudantes de jornalismo de diversas instituições de ensino.
Ao concordar com o diretor do Grupo Estado, Dávila ressaltou que independentemente de se ter ou não o diploma de graduação em jornalismo, o principal feito para quem pretende seguir carreira na área, ainda mais trabalhando no impresso, é ter o domínio do idioma. Além de ser “especialista” em gramática e ortografia, o editor executivo da Folha conta que concluir um curso de ensino superior agrega à profissão, seja ela qual for a área de formação.

Impresso e novas mídias
A inserção de novas ferramentas para a prática jornalística foi outro tema discutido no encontro da SIP. Gandour falou do domínio do idioma e do meio – que devem superar qualquer ferramenta. “O jornalismo é baseado em três pontos principais, que são a atitude, o método e o domínio da linguagem”, afirmou.
Vera focou sua análise nas agências de notícias – caso da EFE- e suas funções na era digital. Além disso, mostrou um preocupante painel: casos como a recente demissão de 150 funcionários do El Pais, periódico espanhol. Para ele, os cortes do diário demonstram o jornalista como um mero elo de produção e da publicidade como um componente mais importante que a própria notícia.
Seleme, usando como exemplo O Globo, declarou que o jornal impresso ainda tem espaço, e que a tomada de decisão necessita de informação tratada corretamente, independentemente da mídia em que ela seja veiculada e das tecnologias usadas. Dávila mostrou opinião semelhante. “A Folha sempre estará presente onde houver relevância”, dando como exemplo o programa veiculado pelo grupo na TV Cultura.

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