segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Erros confessados. Acertos também. Por George W. Bush.

Momentos de Decisão, de George W. Bush.
Sim, dele mesmo, o turrão, o conservador, o direitista, o imperialista George W. Bush.
Leiam, um bom livro.
Leiam sobretudo os que, como o poster, reforçou muitos e decisivos estigmas de George Bush lendo livros e vendo documentários como os de Michel Moore.
Ler Momentos de Decisão é interessante porque se observa que George W. Bush não é - ou não foi, como presidente - tão turrão, conservador, direitista e obnubilado por ideias obsessivas como imaginávamos.
Bush não esconde nada.
Conta tudo.
Fala como bom humor até da sapatada que levou em Bagdá.
Reconhece claramente seus erros.
Admite sem meias palavras que errou ao se basear em informações colhidas pelos órgãos de inteligência americanos quando mandou invadir o Iraque sob a justificativa de que Saddam Hussein armazenaria armas químicas que nunca foram encontradas.
O capítulo em que fala dos procedimentos de seu governo para minimizar os impactos aterradores provocados pelo furacão Katrina, que matou mais de 700 pessoas e desabrigou 450 mil, em Nova Orleans, são emblemáticos.
E precisa ser lido inclusive por marqueteiros, como tantos dos que se encontram agora no batente, em campanhas do segundo turno.
Bush mostra que governantes devem se preocupar sempre com a percepção que a sociedade deve ter de seus atos.
Conta, por exemplo, que cometeu um erro crasso, crucial, definitivo e imperdoável quando se deixou fotografar, a bordo do Air Force One, olhando a tragédia que se passava lá embaixo, durante sobrevoo do avião presidencial em Nova Orleans.
As fotos, relata Bush, reforçaram as críticas de que ele estava longe, distante, literalmente aéreo em relação aos sofrimentos de milhares de pessoas que choravam perdas materiais e de entes queridos.
"Quando vi as fotos tiradas, percebi o sério erro que cometi. Fotos que me mostravam sobrevoando o local da tragédia passavam a imagem de que eu era indiferente à tragédia lá embaixo", escreve Bush.
O trabalho de relações públicas é essencial, fundamental quando as pessoas estão sofrendo, conclui o ex-presidente, que lembra episódio com o protagonizado por Lyndon Johnson.
Conta Bush que quando o furacão Betsy devastou Nova Orleans, em 1965, Johnson chegou ao local, vindo de Washington, tarde da noite.
Foi a um abrigo num dos bairros da cidade e, com uma laterna na mão, começou a gritar em meio à escuridão e uma multidão de pessoas:
- Aqui é o presidente! Vim para ajudar!
"Infelizmente, não segui seu [deJohnson] exemplo", conclui Bush.
Leiam Momentos de Decisão.
É uma decisão que vale a pena.

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