Caros e caras.
Com a licença de vocês, o Espaço Aberto precisa comentar um fato que ocorreu no finalzinho de setembro, período em que o blog estava sem atualização.
O fato merece atenção porque se revela como um disparate.
Como a quintessência da imbecilidade.
Trata-se de uma faixa - vejam na imagem acima - em protesto contra a arbitragem, exibida em Recife, antes de partida em que o Náutico ganhou do Atlético-GO por 2 a 0, jogo válido pelo Campeonato Brasileiro.
“Não irão nos derrubar no apito”, dizia a faixa preparada por torcedora e estendida nas arquibancadas.
A partida atrasou cerca de 16 minutos e só começou quando os torcedores concordaram em recolher a mensagem, uma vez que o árbitro Leandro Pedro Vuaden se sentiu ofendido.
Olhem só o que disse o procurador Paulo Schmitt, do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), uma espécie de Supremo do futebol: “Acho que tudo tem regras. Você tem todo o teu direito de se expressar, e faz isso da forma que achar melhor. Você é o senhor de suas vontades. O seu limite é que vai ser avaliado. A gente vai avaliar pela lei”.
É inacreditável.
Schmitt já foi alguma vez a algum estádio?
Se já foi, estava com os ouvidos ligados?
Se já foi, ouviu o que os torcedores disseram, ou melhora, gritaram?
Torcedores, em coro, gritam os maiores impropérios para um árbitro. Qualquer um.
Gritam, em coro, palavrões.
Entoam ofensas inaceitáveis.
Não deveriam fazer isso?
Sim, não deveriam.
Mas fazem.
E o que acontece, quando torcedores gritam palavrões, ofensas e impropérios em coro?
O jogo, simplesmente, segue.
Continua.
Não para.
O árbitro não dá bola.
Porque não deve dar bola mesmo.
Aí, vem uma faixa: “Não irão nos derrubar no apito”.
Pronto.
Acabou-se o mundo.
O árbitro se sentiu ofendido, ofendidíssimo, mesmo que depois, em coro, tenha sido ofendido por toda espécie de impropérios proclamados de forma altissonante, retumbante, estrepitosa.
Então, é mais ou menos assim.
Gritar em coro "ladrão, ladrão, ladrão" pode. O jogo não para.
Escreve numa faixa "ladrão, ladrão, ladrão" não pode. O jogo para. Ou nem começa.
É isso mesmo?
Parece que é.
E o mais impressionante é que coleguinhas - vários - acham que o árbitro e o STJD estão certos.
Mas que coisa!
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