O leitor Sérgio Pinto deixou o seguinte comentário sobre postagem Ana Júlia e Duciomar afinam parceria. E Jader, como fica?:
Quero aproveitar este fato relatado pelo pôster para expressar algumas reflexões sobre acordos políticos desse tipo, tão comuns em nossa “democracia tupiniquin” e de certa maneira aceitas por muitos como natural do “jogo democrático”. Pois bem, se é assim, quero pedir licença para insurgir-me contra o comodismo que torna tão “natural” essa prática. Não vou aqui fazer juízo de valor sobre a licitude dos atos que serão praticados com vistas ao cumprimento do suposto acordo entre Ana Júlia/Duciomar nos moldes descritos, embora tenhamos motivos de sobra para ficar alertas a essas movimentações, principalmente, ás vésperas de eleições.
Pra começo de conversa, penso que não evoluímos muito em matéria de fiscalização mais eficiente da aplicação dos recursos públicos e isso, pra mim, vale para todas as áreas e esferas da administração pública, mesmos considerando os esforços isolados de agentes públicos, aqui destacando o desempenho de procuradores da República e promotores de Justiça.
Penso que a democracia brasileira dará um salto qualitativo quando os recursos públicos deixarem de ser meras peças de um jogo, ainda que este seja amenizado com o suave apelido de “jogo democrático”.
No caso em questão no Pará, se é tão importante para o nosso Estado o empréstimo de R$ 366 milhões pelo BNDES, por que então os nobres deputados não o aprovam sem que seja necessário toda essa engenharia, ou, por outra, se não há essa necessidade, por que devemos aceitar como natural que aprovem, por conta de um simples jogo político em que nós, sociedade civil, ficamos a milhas de distância?
Por outro lado, se as emendas dos vereadores são tão importantes para os cidadãos em Belém, que elas não servem a simples interesse eleitoreiro, por que não se exigir que elas sejam cumpridas pelo prefeito, sem que para isto seja preciso “conversas”, algumas vezes impublicáveis?
Para mim, essa visão mercantilista da política que a transforma num balcão de negócios e que em alguns casos chega ao absurdo de promover figuras de conduta ética duvidosa a excelentes negociadores já deu no saco.
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