quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

“Sejamos mais fortes que a propaganda”

Do leitor Sérgio Pinto, sobre a postagem Aonde vai parar Belém com tantos carros?:

Penso que os problemas originados com o inchaço de automóveis, não só nas ruas de Belém, mas na maioria das grandes cidades brasileiras, é um excelente exemplo dos malefícios que o consumismo irracional provoca na vida das pessoas.
Não arriscaria uma solução. Todavia, não dá para pensar em saída sem uma boa reflexão sobre as responsabilidades que cabem a cada um de nós, sociedade civil, governo e indústria automobilística.
Se o governo não investe, não fiscaliza e não garante transportes coletivos de qualidade ou não promove a utilização de meios alternativos de locomoção, como a criação de ciclovias, somos praticamente induzidos à noção de que a única saída para darmos conta das inúmeras atividades que a chamada vida moderna nos impõe é adquirindo um carro.
Mas só isso não explica este fenômeno.
Ao mesmo tempo em que o setor público (Estado e Municípios, no caso) é ausente por não investir em transportes público, por exemplo, ironicamente é presente ao facilitar o consumo de automóveis, como o que ocorreu com a redução do IPI sobre carros populares (o Governo Federal, neste caso).
Não há como negar a importância dessa medida para fortalecer a indústria nacional em tempos de crise financeira. No entanto, podemos desconsiderar os efeitos colaterais desse tipo de política?
Não consigo vislumbrar saída pra valer sem um forte movimento envolvendo os governos, entretanto é preciso que nós, cidadãos, estejamos dispostos a sermos proativos na busca de soluções e que, de fato, sejam os nossos hábitos de consumo que determinem o padrão da indústria e não o contrário. Sejamos mais forte que a propaganda.

2 comentários:

Unknown disse...

Mas e engraçado isso de querer culpar o tal "consumismo" pelo caos no transito de belem! TODAS as economias do mundo em 2009 derramaram bilhoes de dolares pra salvar a industria automobilistica, prevendo que se acontecesse um a hecatombe neste segmento as consequencias de desemprego seriam devastadoras. O problema e que no brasil paga-se 2% do valor de u, carro em IPVA e esse dinheiro nao chega para obras de transito, pois se perde em contrataçao de aspones, DAS e distribuiçao de propina, ja que nao se abre essa caixa preta. Cresçamos Srs. paremos de culpar o tal consumismo antes da hora culpemos a nos mesmos que a cada 4 anos renovamos o ciclo de safadeza desse pais.

Anônimo disse...

Tens, em parte, razão, Cláudio, que o o "tal" consumismo é uma doença prejudicial ao planeta, pense melhor e verás que é sim. A desculpa de salvar a indústria automobilística para salvar empregos é sempre usada, em qualquer outra indústria também, quando é para salvar o bolso de empresários incompetentes. E os empregos perdidos durante as crises fabricadas não são recuperados. Procure melhores informação e verás que o "tal consumismo" é sim, um sério problema num planeta em vias de falência total.