No AMAZÔNIA:
Um dos mais expressivos símbolos do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, o manto da imagem seguida por fiéis na grande procissão, realizada no último domingo, tem uma longa e emocionante história. Dona Mariazinha Hundertmark, responsável por bordar o manto deste ano, levou quatro meses colocando um a um de cada acessório que fez a peça ser considerada uma dos mais belas dos últimos dez anos.
Dona Mariazinha, que já havia bordado o manto de Nossa Senhora em 2000, conta que recebeu o convite para trabalhar este ano diretamente do diretor-coordenador da Festa de Nazaré, César Neves. 'Fiquei surpresa com o convite do dr. César Neves, pois já fazia 8 anos que eu havia bordado o manto', lembra.
Sempre auxiliada pela filha, a administradora Mônica Hundertmark, dona Mariazinha diz que a experiência de confeccionar fantasias de carnaval fez com que ela adquirisse habilidades para criar o que bordar no manto de Nossa Senhora e que sua atuação no Círio não aconteceu por acaso. 'Desde criança sou devota de Nossa Senhora de Nazaré. Toda a minha infância e parte da minha adolescência morei exatamente onde hoje existe o prédio do Mandarim, na avenida Nazaré. De lá, via a procissão. Meu pai fez uma promessa que enquanto fosse vivo faria a ornamentação da berlinda. Naquela época as flores ainda eram artificiais. Quando meu pai morreu eu olhava o Círio e sonhava. ‘Será se um dia vou bordar o manto de Nossa Senhora?’', conta, emocionada.
Dona Mariazinha diz que no domingo, logo após a procissão que levou às ruas de Belém cerca de dois milhões, o telefone na casa dela não parou de tocar. 'Recebi quase cem ligações. Eram amigos, parentes, gente conhecida. Todo mundo queria dar os parabéns pelo manto de Nossa Senhora', revela.
Aliás, o orgulho da família Hundertmark vai além do Círio de Nazaré. Bem além. Ou melhor, no Vaticano. É que durante o leilão de mantos da Virgem de Nazaré, em 2000, César Neves arrematou o manto bordado por dona Mariazinha e deu de presente à dom Orani João Tempesta, que entregou a imagem ao papa Bento XVI.
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