domingo, 25 de outubro de 2009

Habeas corpus é concedido

No AMAZÔNIA:

O médico acusado de abusar sexualmente de uma adolescente de 14 anos foi liberado ontem, por meio de de um Habeas Corpus concedido pela Justiça. O anestesiologista Mauro Coelho Ribeiro, de 45 anos, saiu do Presídio Estadual Metropolitano (PEM), em Marituba, por volta das 16 horas e negou todas as acusações. Ele classificou a acusação como 'irresponsável e impensada'. Mauro estava detido desde a última quarta-feira, dia 21, quando a adolescente denunciou ter sido vítima de abuso após ter sido submetida a um procedimento de curetagem no Hospital Santa Casa de Misericórdia do Estado, no dia anterior.
A prisão em flagrante dele havia sido revogada na última sexta-feira pelo juiz Pedro Pinheiro Sotero, da 1ª Vara de Inquéritos Policiais de Belém. A decisão foi acompanhada do parecer do Ministério Público, alegando que o flagrante apresentava 'vícios formais e materiais que impedem sua manutenção'. Imediatamente após a revogação, o juiz decretou a prisão preventiva do acusado, válida por 30 dias, considerando no despacho a existência de prova do crime e indícios suficientes de autoria com base em depoimentos das testemunhas e da vítima. Ou seja, ao mesmo tempo em que o flagrante foi anulado, foi decretada a prisão do médico. Imediatamente, advogados do acusado entraram com pedido de habeas corpus, que foi concedido ontem à tarde pela desembargadora Albanira Bemerguy. De acordo com um dos advogados do médico, Alessandro Queiroz, o médico apresentava todos os requisitos para responder ao processo em liberdade. 'Ele tem residência fixa, não oferece perigo para testemunhas, tem emprego, não tem antecedentes criminais e em todos os momentos se dispôs a colaborar com a Justiça', explicou.
Mauro Coelho Ribeiro ficou preso em uma cela especial do PEM, com outros dois detentos. Ontem, quando saiu do presídio, ele alegou inocência.'Tudo é uma grande mentira. Uma acusação irresponsável e impensada. Em nenhum momento eu fiquei sozinho com a adolescente e não sei o que levou a jovem a fazer estas acusações', frisou. Na opinião dele, a sua prisão foi arbitrária. 'Apenas a adolescente foi ouvida, toda a acusação é baseada no depoimento dela. Não foi feita uma apuração correta por parte da polícia', disse. Os pais e uma filha do médico o aguardavam na saída do presídio, em Marituba, mas não falaram com a imprensa.
A acusação foi feita no dia seguinte ao procedimento cirúrgico ao qual a menor de idade foi submetida, após ter sofrido um aborto. Ela relatou à mãe que o médico encostou o órgão sexual no braço dela e possivelmente a tocou na área genital. Entretanto, ela afirmou que não sentiu o toque porque estava anestesiada da cintura para baixo. Segundo informações policiais, quatro enfermeiras foram ouvidas, porém todas disseram que o médico não ficou sozinho com a adolescente no bloco cirúrgico.
O médico foi afastado de suas funções e sua conduta está sendo investigada pela direção da Santa Casa de Misericórdia do Pará, com a abertura de um procedimento administrativo. O Conselho Regional de Medicina também abriu sindicância.
Mauro Coelho Ribeiro foi indiciado por estupro, apesar de não ter sido denunciado por prática do ato sexual. A acusação tem como base a nova lei de crimes sexuais, que vigora desde agosto, que classifica como estupro as condutas que antes eram consideradas apenas atentados violentos ao pudor.

3 comentários:

Anônimo disse...

Se for verdade que a adolescente não ficou sozinha com o médico; se as circunstâncias desse episódio são como divulgado aqui no blog, essa história tem tudo para ser mais uma das imperdoáveis injustiças que a precipitação de uns e de outros acaba causando a pessoas corretas. Nunca mais se apagam as marcas desse tipo de injustiça.

Ismael Moraes disse...

O anônimo tem razão. É uma destruição moral irreparável acusação desse tipo de delito, mormente quando se trata de certos profissionais, como os médicos. Todas as vezes que leis são inauguradas em nosso país, autoridades inconsequentes entram numa paranóia desvairada aplicando-a sem critério, como se fora um modismo a que se devesse aderir para estar na onda.

Anônimo disse...

Provavelmente esse médico foi vítima de armação! Essa adolescente quer tirar o foco de cima dela por ter feito aborto, tomando essa atitude revoltante. Agora quem vai reparar os danos causados a esse profissional???