No AMAZÔNIA:
Quinhentos e oitenta e quatro casos de gripe suína já foram confirmados no Pará. A informação foi divulgada ontem pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) em coletiva na sede do setor de Vigilância em Saúde, após a morte da 6ª vítima da doença, anteontem. Ao todo, 20 casos de contaminação pelo vírus H1N1 estão em acompanhamento hospitalar no Estado, sendo que um foi confirmado e já está com o quadro estabilizado e os outros 19 aguardam o resultado de exame laboratorial.
O primeiro óbito pela doença foi registrado em agosto passado. Até agora, quatro mulheres e dois homens já faleceram por causa do vírus. Deste total, três foram na capital paraense e os demais em Ananindeua, Redenção e Cametá. Segundo a coordenadora de Vigilância em Saúde da Sespa, Ana Helfer, cinco eram portadores de doenças preexistentes e apenas um não apresentava nenhum tipo de comorbidade (quando algum outro quadro patológico se associa à situação em questão). É o caso do estudante de medicina de 22 anos da Universidade do Estado do Pará (Uepa) Tutmes Souza da Costa, que faleceu anteontem na UTI do Hospital Porto Dias, em Belém.
O estudante procurou a rede hospitalar no dia 27, apresentando os sintomas da gripe. Ele chegou a usar antiinflamatórios. Dois dias depois ele acabou retornando ao hospital em estado mais grave, como dificuldade respiratória, e acabou sendo internado. No último dia 30 a Sespa foi notificada pelo hospital e Tutmes foi submetido à coleta de material para processamento no Instituto Evandro Chagas (IEC), que confirmou a presença do vírus. 'Gripe todos temos, mas devemos atentar para os sinais de agravamento. Os profissionais tiveram que ler um protocolo do Ministério da Saúde para observar esses sintomas com cuidado. Como ele não apresentou comorbidade imediata, o caso se agravou. Vamos investigar exatamente o que aconteceu antes de qualquer comentário sobre o hospital que atendeu o jovem', disse Ana Helfer.
Em nota, a direção do Porto Dias informou que o paciente foi admitido no dia 30 de setembro com quadro respiratório evoluindo com complicações pulmonares (inicialmente pneumonite evoluindo com pneumonia). 'Assim, foi iniciado o antiviral para gripe suína, mesmo sem o diagnóstico sorológico, o qual foi confirmado posteriormente pela Sespa', afirma o hospital.
Assinado médico intensivista Airton Akira, o boletim diz que 'apesar de toda terapêutica específica para o caso administrado, o paciente complicou com quadro de infecção generalizada e falência cardiopulmonar, evoluindo com parada cardiorrespiratória sem resposta à manobra de reanimação'.
Tutmes foi enterrado ontem, em clima de revolta, por familiares e amigos inconformados e surpresos com o fato. 'Ele era muito saudável. Não tinha nenhum problema de saúde. Não imaginamos como ele foi infectado por esse vírus. Só pode ter sido em um dos hospitais que ele estagiava, pois estava sempre em contato com doentes', lamentou uma amiga, que não se identificou.
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