domingo, 9 de novembro de 2008

Temos um redentor?

Na ISTOÉ:

A eleição do primeiro negro para a Presidência dos Estados Unidos, apenas meio século depois do fim da segregação racial, foi vista como histórica no país e no exterior. A escolha do democrata tem um valor em si mesmo, pela impressionante biografia de Barack Obama, mas também carrega um significado especial pelo componente anti-Bush do novo presidente. George W. Bush deixa a Casa Branca no dia 20 de janeiro pela porta dos fundos, com pouco mais de 20% de aprovação popular, a mais baixa da história recente - e a execração do resto do planeta. A vitória de Obama, comemorada nas ruas de Washington, Chicago, Nova York e nos quatro cantos do mundo, encheu os americanos de orgulho. Mais que orgulho, um sentimento de redenção tomou conta dos Estados Unidos. Uma esperança de que o país, afundado em duas guerras e na pior crise financeira desde a Grande Depressão, consiga voltar à prosperidade e recuperar seu lugar no cenário internacional. O reverendo Jesse Jackson, que por duas vezes (em 1984 e 1988) tentou concorrer ao mesmo posto, era o retrato da emoção dos americanos com a escolha. A apresentadora Oprah Winfrey conseguiu um milhão de votos para Obama. A tarefa de Obama será difícil, mas ele parece consciente. "Nós sabemos que o desafio que vamos enfrentar amanhã é o maior das nossas vidas: duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira em um século", disse o presidente eleito no discurso de vitória, assistido ao vivo por 250 mil pessoas em Chicago e por milhões em todo o mundo. "O caminho será longo, a subida será dura", afirmou, pedindo o sacrifício dos compatriotas. Resta saber se os americanos - e o resto do planeta, ávido por mudanças que talvez não venham assim tão rápido - terão paciência para lidar com as limitações do cenário atual. "Há alianças a reparar", disse Obama, referindo-se ao desgaste que o país sofreu no cenário internacional e até com aliados por atacar o Iraque sem aprovação da ONU. "Mas há uma nova alvorada na liderança americana.”

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