O delegado Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha, está na marca do pênalti.
Nesta semana, poderá ser indiciado por nada menos do que cinco crimes: quebra de sigilo funcional, desobediência, usurpação de função pública, prevaricação, grampos e filmagens clandestinas. Se condenado por tudo isso, como deseja a própria PF, Protógenes pode pegar as penas mínimas, somadas, de três anos, seis meses e 15 dias de prisão.
Mais: de todos os crimes e irregularidades, o mais grave, segundo relatório do delegado Amaro Vieira Ferreira, da Corregedoria da PF, é a violação de sigilo funcional, que pode condena Protógenes à pena de detenção de dois a seis anos.
Até aí, tudo bem.
Ou mais ou menos tudo bem.
Se Protógenes, no exercício de suas funções, avançou além da legalidade, deve responder por isso. Ele e qualquer um.
Mas por que só ele?
O próprio delegado Amaro Vieira Ferreira, da Corregedoria da Polícia Federal, que agora atua na condição de investigador dos atos de Protógenes, está igualmente sob suspeição de uma ilegalidade.
O procurador da República Roberto Dassié, coordenador do controle externo das atividades policiais, disse na semana passada que Amaro teria quebrado o sigilo telefônico de dezenas de aparelhos da Nextel sem autorização judicial. A ilegalidade teria atingido até mesmo jornalistas. Vários, aliás.
A CPI dos Grampos está, inclusive, disposta a chamar o delegado Amaro Vieira Ferreira às falas, para que ele se explique.
E então?
Depois das investigações sobre supostas ilegalidade protagonizadas por Protógenes ao investigar Daniel Dantas, haverá investigações do delegado Amaro Ferreira por supostas exacerbações legais ao investigar Protógenes?
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