sexta-feira, 4 de abril de 2008

Simão Jatene deve visitar Almir. Será a reconciliação?

O ex-governador Simão Jatene está em São Paulo. Não viajou especialmente para visitar o ex-governador Almir Gabriel, internado no Hospital do Coração desde o último domingo à noite, quando sofreu um infarto em Bertioga, no litoral paulista, onde reside desde janeiro.
Jatene foi a São Paulo, a rigor, para manter contatos políticos com o governador José Serra, presidenciável tucano. Mas não poderia deixar de aproveitar a oportunidade para visitar Almir, que ontem passou por um exame de cateterismo que não apontou maiores problemas cardiovasculares. O HCor, todavia, ainda não informou quando o ex-governador terá alta ou então deixará a Unidade Coronária para ser transferido para um apartamento.
Talvez agora esteja armado o clima e montado o cenário para a reconciliação entre as duas maiores lideranças tucanas no Pará. Almir e Jatene estão desavindos desde o final das eleições para o governo do Estado, em 2006, quando a petista Ana Júlia Carepa destronou 12 anos seguidos de tucanato no Pará.
As mágoas e ressentimentos não têm mão dupla, como se pensa. Ou não têm mão dupla na mesma proporção, na mesma equivalência. Almir, e por extensão alguns membros de sua família, estão muito mais ressentidos – ou pelo menos já estiveram - com Jatene do que Jatene com Almir.
E não é por causa de Simão Jatene que a reconciliação ainda não se fez. É por causa do próprio Almir, que já rechaçou várias intermediações de amigos comuns para que passe uma esponja no passado recente e volte às boas com Jatene, “pelo bem do nosso partido”, como têm dito alguns tucanos.
Mas Almir, sabem todos, tem um estilo turrão. É duro na queda. No PSDB, e mesmo entre aqueles que lhe são mais próximo, é o “Dr. Almir”. Jatene, ao contrário, é mais bonachão. É apenas “o Jatene”.
Ainda que as circunstâncias não sejam as mais desejáveis, considerando as aflições naturais decorrentes de um problema de saúde como o ex-governador do Pará enfrenta em São Paulo, é muito provável que desta vez Almir não recuse um encontro com Jatene, se é que o tal encontro já não aconteceu ontem.
E se o primeiro contato pessoal depois de mais de um ano entre Almir e Jatene realmente acontecer, certamente que os dois não poderão, neste primeiro momento, falar de política. Mas, se quiserem, poderão até fazer uma mini-convenção no hospital mesmo, porque está em São Paulo, além de Jatene, o presidente regional o PSDB, senador Flexa Ribeiro.
O ex-secretário de Cultura Paulo Chaves – um dos nomes cogitados para ser candidato do PSDB à Prefeitura de Belém – igualmente ficou de viajar a São Paulo para visitar Almir Gabriel, por quem nutre um afeto muito grande.
E a ex-vice-governadora Valéria Pires Franco (DEM), que foi vice de Jatene, ficou de aparecer por lá neste final de semana para visitar seu “guru” político, que tem por ela uma afeição paternal.
Como se vê, se o palanque fosse montado em plenas dependências do Hospital do Coração, caberiam várias que estão por lá para visitar o ex-governa Almir Gabriel.

2 comentários:

Anônimo disse...

Seria um gesto de civilidade por parte do Jatene.
E de qualquer pessoa que teve ou tenha alguma relação com o ex-governador.
Antes de todo o resto, é um ser humano. Parece uma frase boba, mas no estágio atual da imbecilidade, cafagestagem e raiva entre os seres ditos "humanos, logo, inteligentes" que habitam nosso planetinha selvagem, é bom lembrar desse detalhe básico : a convivência civilizada, mesmo entre diferentes.
Faço esse comentário em função das colocações cheias de raiva e ódio de alguns comentaristas nos blogs, misturando estupidamente a notícia do estado de saúde de um ex-político com os extremismos das colorações partidarias.
Aproveito para ressaltar o texto bem equilibrado do poster do EspaçoAberto.Valeu.

Poster disse...

Tem razão, Anônimo.
A civilidade permite que se tenha discernimento. Quando não há civilidade, não há discernimento sobre as situações.
E aí se mistura tudo. É preciso elevar o nível na política do Pará. É preciso.
Vou destacar seu comentário na ribalta, mais tarde.
Abs.