sexta-feira, 25 de abril de 2008

Polícia quer mostrar contradições durante reconstituição

Na FOLHA DE S.PAULO:

A reconstituição da morte de Isabella Nardoni, no domingo, será o elemento principal das investigações sobre a morte da menina. A polícia espera, com a encenação, comprovar a inconsistência dos depoimentos do pai e da madrasta.
A reconstituição começa às 9h, no edifício London, de onde a menina foi jogada, na Vila Isolina Mazzei (zona norte).
O delegado-titular responsável pelas investigações, Calixto Calil Filho, pretende confirmar três teses: que os suspeitos caíram em contradições nos depoimentos, que brigas do casal ou gritos de criança poderiam ter sido ouvidos por vizinhos e que o tempo transcorrido entre a chegada da família e o momento do crime impossibilitaria a presença de outra pessoa.
A simulação será feita de acordo com todas as versões e deve levar cerca de dez horas. Com a reconstituição será possível avaliar cada versão em termos de tempo e espaço físico.
O pai de Isabella, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Trotta Jatobá, foram intimados a comparecer.
Para a polícia, ela agrediu e asfixiou Isabella e ele a jogou pela janela. Eles negam.
Os advogados do casal confirmaram a presença de Alexandre e Anna Jatobá. Para criminalistas ouvidos pela Folha, eles deverão ir ao local para demonstrar que colaboram, mas não devem participar da versão que os incrimina.
A legislação brasileira garante ao cidadão o direito de não produzir provas contra ele mesmo. "Por lei, eles não precisam nem falar até o julgamento", diz o advogado criminalista David Rechulski.
O mestre em direito processual Celso Sanchez Vilardi acha "muito improvável" que Alexandre lance uma boneca do sexto andar. "A reconstituição é fotografada e essas imagens podem ser usadas no tribunal mais tarde e ajudar a formar a convicção dos jurados."
As principais testemunhas, como o porteiro, a mãe de Isabella, funcionários do resgate e vizinhos que escutaram gritos também deverão estar no local.
Entre 50 e cem policiais serão mobilizados para controlar eventuais manifestantes. Para evitar tumulto, a polícia só permitirá o trânsito de moradores e pessoas que comprovem ir a um dos apartamentos ou casas da rua Santa Leocádia, como entregadores.
Muitos moradores dizem estar cansados da presença da imprensa e de pessoas que passam olhando para o alto em busca do sexto andar. "Todo mundo vai querer ir para outro lugar, ter um domingo tranqüilo", disse a comerciante Marcia Ferreira.

2 comentários:

Anônimo disse...

A polícia comete muitos erros. O principal deles foi não ter isolado o local do crime. Se estivéssemos em um País sério, já teria sido instaurado procedimento para apurar essa negligência.

Outro erro será fazer a reconstituição no horário pretendido. Se querem confirmar se os vizinhos escutaram os gritos, deveriam iniciar a reconstituição mais tarde, bem próximo ao horário da queda da vítima, por volta de meia noite.

Mas o que se percebe é o desejo de se fazer estardalhaço com o lamentável fato, pois a maior parte da população certamente estaria dormindo naquele horário.
Até o espaço aéreo querem fechar!!! É uma presepada....

Poster disse...

Anônimo,
Você tem inteira razão. A polícia falhou gravemente ao não isolar o local do crime, assim que teve conhecimento do fato e chegou ao edifício.
E muitas provas pode ter-se perdido por causa disso.
Abs.