domingo, 13 de abril de 2008

Pai e madrasta de Isabella já estão julgados. E condenados.

Com todo o respeito, aliás, como máximo respeito ao Ministério Público e à Polícia de São Paulo, mas o que falta, afinal, para que pronunciem em alto e bom som que Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá, pai e madrasta da pequena Isabella, sejam os autores da morte da garota?
Como o blog já observou, Polícia, Ministério Público e Imprensa – numa gradação, em nível descendente, que deve obedecer exatamente a esta ordem – têm se mostrado cautelosos na condução do caso, talvez ainda lembrados de um dos piores momentos da Imprensa brasileira, que foi atrás da Polícia e incriminou injusta e criminosamente os envolvidos no famoso caso da Escola Base.
Mas a questão é que, muito embora a Polícia e o Ministério Público não adiantem juízos diretamente sobre eventuais imputações ao casal como autor do assassinato brutal da criança, delegados e membros do MP, sobretudo o promotor Francisco Cembranelli, passam o dia inteiro, todo dia, fazendo declarações que indicam claramente ser o casal o único investigado e o único suspeito pela morte da garota.
Já se disse, por exemplo, que dificilmente uma terceira pessoa entrou no apartamento dos Nardoni momentos antes de Isabella ser atirada de lá, e oferecem verbalmente pistas claras, mais do que claras, de que não existe, até o atual estágio das investigações, outra possibilidade que não a responsabilização criminal de Alexandre e Ana Carolina Jatobá como os autores do assassinato.
Tudo isso – as declarações diárias e as pistas fortíssimas que elas oferecem – haverá de demonstrar sintonia com o suposto empenho do MP e da Polícia de não prejulgarem o pai e a madrasta da garota?
E a maior demonstração – cabal e definitiva – de que tal empenho do MP e da Polícia não tem alcançado êxito é que a população já fez seu julgamento pelo que tem ouvido e lido. E a sentença não foi absolutória, mas condenatória. É o que revelam as flagrantes demonstrações de violenta hostilidade contra o casal, quando expostos em público.
A população já julgou Nardoni: faltou agora a Polícia, o Ministério Público, a Imprensa e o Judiciário – nessa ordem.
Mas haverá alguém de perguntar, com a máxima pertinência, qualquer leitor: com base em quê elementos a população já julgou o casal, senão nos elementos que a Polícia, o Ministério Público e a Imprensa – nesta ordem – têm oferecido?

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