Em O ESTADO DE S.PAULO:
Desde a missa de sétimo dia de Isabella, Masataka Ota, de 51 anos, tem sido presença constante na casa da mãe da menina, Ana Carolina Oliveira. Ontem, após almoçar com a família e ir com os avós ao cemitério onde a criança foi enterrada, ele disse que o sentimento de todos eles é de perdão.
"Ana Carolina é uma mulher forte, que não está falando em vingança nem em ódio. Ela fala em perdoar, mesmo que tenham sido eles (o pai de Isabella, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá). Diz que eles são dignos de dó."
Para Ota - que em 1997 teve o filho, Yves, seqüestrado e morto aos 8 anos de idade por três seguranças de sua loja -, as pessoas confundem o significado do perdão. "O perdão é, na verdade, para a gente se livrar do ódio. Se você não perdoa e fica com ódio, com o tempo você é que está condenado, fica doente, passa as noites sem dormir."
Hoje à frente da Fundação Yves Ota - que funciona em sua própria casa, na Vila Carrão, e acompanha casos de violência -, ele conta que levou três anos para perdoar os assassinos de seu filho e só conseguiu isso depois de ficar frente a frente com um deles, no presídio de Avaré, no ano 2000.
"Na época, quem veio me falar de perdão foi o Tim Lopes, que era produtor do Fantástico. Ele dizia: ?Ota, você vai ser outro homem depois de perdoar.? E foi assim mesmo."
Entre outras coisas, Ota hoje se dedica com a mulher, Keiko, a dar conforto a pais que perderam os filhos e acredita que, se Tim Lopes ou outra pessoa tivesse aparecido antes em sua vida para falar de perdão, ele não teria carregado tanto ódio por tanto tempo - semanas depois do crime, por exemplo, chegou a comprar uma arma para matar os assassinos do filho durante audiência no fórum, mas acabou mudando de idéia ao avistar uma Bíblia em casa.
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