Na FOLHA DE S.PAULO:
Passados os dez primeiros dias da crise do dossiê, a Casa Civil lançou, na noite de quarta-feira, a versão de que teria havido manipulação de informações na base de dados criada com despesas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
A hipótese de manipulação ganhou força na entrevista de sexta-feira da ministra Dilma Rousseff. "Tem uma parte que é verdade, tem uma parte que saiu do nosso banco [de dados]. Nós estamos querendo ver o que do nosso banco foi manipulado e o que não foi. Nós não afastamos hipótese nenhuma, hoje", afirmou Dilma. "Nós estamos cruzando item a item."
Os mais de 40 minutos de fala da chefe da Casa Civil não afastaram, porém, as contradições do caso do dossiê, que já obrigaram o Planalto a recuar de versões apresentadas antes.
A entrevista foi uma resposta à manchete da Folha de sexta-feira com detalhes do dossiê sobre gastos do ex-presidente, sua mulher, Ruth Cardoso, de ministros tucanos e até da chef de cozinha Roberta Sudbrack, que prestava serviços a FHC.
Cópia de arquivo Excel da base de dados da Casa Civil, a que a Folha teve acesso, mostra que os relatórios do governo tucano foram criados na tarde de 11 de fevereiro, exatamente às 15h28. O arquivo também registra a data em que foi feita a cópia, extraída diretamente dos computadores da Presidência: 18 de fevereiro.
As informações lançadas no período de uma semana em três das pastas do arquivo conferem na íntegra com as 13 páginas de trechos do dossiê que já circulavam no Congresso. Ou seja, o dossiê saiu pronto do Planalto. As suspeitas de montagem lançadas pela Casa Civil se dirigem a uma coluna onde está escrito "observações". São anotações de viés político registradas nas planilhas.
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