sábado, 12 de abril de 2008

A encruzilhada de Dalai


Na ÉPOCA:

Uma espada ritual foi entregue em suas mãos em sinal de reverência pelos indianos duas semanas atrás, diante do monumento em memória do líder pacifista Mahatma Gandhi. Foi a primeira vez em sua vida que Tenzin Gyatso, a 14ª encarnação do Dalai-Lama para os milhões de budistas tibetanos, teve uma espada nas mãos. Naquele sábado, 29 de março, um culto ecumênico lembrava as vítimas tibetanas em Lhasa, ocupada pelos tanques do Exército chinês no fim de março de 1959. O 14º Dalai-Lama parecia sem força para erguer a espada. Pediu que todos os líderes religiosos presentes a segurassem com ele. Um dos maiores líderes pacifistas do mundo temia transmitir uma mensagem contraditória com o que ele vem repetindo como um mantra: a não-violência como método de resistência à ocupação chinesa do Tibete. O caminho do meio, o equilíbrio entre as paixões, pregado por Buda. Mas, depois de 49 anos, muitos tibetanos estão cansados de esperar pelos resultados do pacifismo do Dalai. Apelam para métodos mais normais de protesto, que incluem até confronto violento.
Sua estratégia do “caminho do meio” parece, hoje, tão frágil quanto a tocha olímpica, que, a caminho de Pequim, vem sendo perseguida por manifestações pró-Tibete. Por causa disso, o Dalai-Lama está menos sorridente, menos brincalhão do que costuma ser.

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