sábado, 12 de abril de 2008

Pai e madrasta de menina são soltos

Em O ESTADO DE S.PAULO:

Depois de nove dias de prisão, o casal Alexandre Alves Nardoni, de 29 anos, e Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, de 24, foi libertado ontem. Um habeas corpus, em caráter liminar, foi concedido pelo desembargador Caio Eduardo Canguçu de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Canguçu alegou que, pelo menos até o momento, não há indícios de que o pai e a madrasta desejem prejudicar a investigação da morte de Isabella de Oliveira Nardoni, de 5 anos, que foi atirada do 6º andar do Edifício Residencial London, na Vila Isolina Mazzei, zona norte de São Paulo, no dia 29. O magistrado destacou que mantê-los na cadeia agora seria uma “excepcional afronta ao princípio constitucional da liberdade e da presunção de inocência”.
A decisão, apoiada por juristas, contrariou o promotor Francisco Cembranelli, encarregado pelo Ministério Público de acompanhar o caso. Ele deu uma entrevista em que deixou transparecer que está adiantada a decisão de denunciar o casal à Justiça, pedindo a abertura de um processo criminal.
“Isso não vai atrapalhar as investigações”, disse a delegada Elisabete Sato, titular da 4ª Seccional. Segundo ela, a polícia se adaptará ao que decidiu o TJ. Já os peritos dos Institutos de Criminalística (IC) e Médico-Legal (IML) trabalham para concluir na próxima semana os laudos sobre a morte.
A polícia ainda precisou montar um esquema para a libertação dos dois. Centenas de pessoas foram ao 77º DP (na região central), onde estava Alexandre, e ao 89º DP (no Portal do Morumbi, zona sul), que abrigava Anna Carolina. Alguns foram apenas ver os dois, mas a maioria culpava o casal pelo crime e gritava por justiça. Ao sair da delegacia, Anna Carolina fez questão de responder, em voz baixa, que não era “assassina”. Já o pai de Isabella admitiu a um delegado que tem medo de morrer.
Após ser liberado, por volta das 15 horas, o casal passou por exame de corpo de delito no IML. Às 17h20, seguiram escoltados até a casa do pai de Alexandre, no Tucuruvi, zona norte de São Paulo. A família disse ao Estado que ficou aliviada com a libertação e os advogados prometeram provar a inocência de Alexandre e Anna. Os dois filhos do casal estavam na casa do pai dela e os advogados ainda estudavam a melhor maneira de levá-los para a residência dos Nardonis.

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