O crescente desmatamento da área no entorno de Belém está atraindo um número cada vez maior de serpentes para a região metropolitana da capital paraense, fato agravado pelas intensas chuvas nesta época do ano. Segundo o Corpo de Bombeiros, já foram registradas 60 ocorrências de capturas de serpentes só entre janeiro e março deste ano.
De acordo com notícia da Agência Museu Goeldi, o fenômeno aumenta a cada ano na proporção da diminuição da matriz florestal da Grande Belém, dando espaço para mais áreas de ocupação humana da cidade, que se estende a municípios vizinhos como Ananindeua, Marituba e Benevides. Enquanto algumas serpentes se refugiam em ambientes parecidos com o habitat natural, como bosques ou parques ecológicos, outras espécies, com facilidade de adaptação às alterações do meio - capacidade chamada de plasticidade ecológica - se estabelecem na cidade, principalmente em localidades próximas a áreas alagadas e cercadas por lixo, entulho. São nesses lugares que o Corpo de Bombeiros encontra animais de porte avantajado.
O livro "Belém Sustentável", lançado recentemente pelo Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia), mostra que na Grande Belém, a área per capita de floresta sofreu uma redução de
Leia a seguir, a notícia da Agência Museu Goeldi sobre o problema da proliferação de cobras em Belém.
As espécies Boa constructor e Eunectes murinu, ou jibóia e sucuri como são conhecidas pela população, são as espécies que aparecem em 80% dos casos relatados em 2008. Essas duas cobras da mesma família são a prova de que tamanho não é documento. Apesar de chegarem a até sete metros de comprimento, elas não são venenosas, o que não as exime de oferecer riscos a comunidade. Essas serpentes são do tipo constrictoras, matam suas presas por estrangulamento, podendo se alimentar de animais de pequeno e médio porte. Em ambientes alterados, as serpentes podem se alimentar de roedores, cachorros e gatos - e, quando se sentem ameaçadas podem "dar o bote", ataques com mordidas, que podem causar ferimentos graves.
Em período de intensas chuvas, como nos meses de janeiro, fevereiro, março e um excepcional abril como o observado este ano, esses animais saem de suas tocas em busca de abrigo seco e alimento. Lugares úmidos, alagados e com acúmulo de lixo são maiores atrativos para a aproximação das cobras, pois ali está disponível seu item preferido em qualquer cardápio: os roedores. A primeira medida de precaução para quem quer evitar encontrar serpentes é manter a área do entorno da casa limpa.
Outra espécie capturada pelos órgãos responsáveis, porém com menor incidência, até por ser de menor porte e passar mais despercebida aos nossos olhos, é a perigosa jararaca, a Bothrops atrox. Ao contrário das outras espécies registradas na Região Metropolitana de Belém, essa serpente é peçonhenta e pode inocular veneno capaz de levar a vitima à morte
Lei mais no Pará Negócios, do jornalista Raimundo José Pinto
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