quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Oi vai dar R$ 4,8 bi para ficar com a Brasil Telecom

Na FOLHA DE S.PAULO:

Oi acerta preço de compra da Brasil Telecom
Ainda é preciso mudar legislação do setor para permitir que negócio seja fechado; valor da compra seria de R$ 4,8 bilhões

Os controladores da Oi (ex-Telemar) acertaram o preço de compra da Brasil Telecom (BrT) por R$ 4,8 bilhões, segundo a Folha apurou junto a um dos envolvidos nas negociações. Para a concretização da compra ou fusão entre duas das maiores empresas de telefonia do país, ainda é preciso mudar a legislação do setor. O governo apóia o negócio.
As negociações finais entre a Oi e a BrT já se arrastam por cerca de dois meses. Os grandes mentores do projeto e principais negociadores foram os empresários Sérgio Andrade, da Andrade Gutierrez, e Carlos Jereissati, do grupo La Fonte.
No início, havia resistências por parte de Sérgio Rosa, presidente da Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil), que tem uma importante participação tanto na Oi quanto na BrT. Rosa defendia uma venda pulverizada das ações da BrT. Andrade acabou convencendo a Previ do negócio. O Citigroup, que também tem uma participação importante na BrT, não impôs resistências. Afogado em problemas com a crise financeira nos EUA, o Citi quer vender sua parte na BrT.
Andrade teve como avalistas da operação o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Andrade é um dos empresários mais próximos de Lula. Os dois se conhecem desde a época em que Lula perdeu a eleição para Fernando Collor de Mello (1989), quando Andrade lhe deu apoio.
A compra da BrT pela Oi ou a fusão entre elas depende de decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alterando o decreto 2.534/98, que aprovou o Plano Geral de Outorgas. Ele determina que, se uma concessionária adquirir outra, terá que abrir mão de sua concessão original no prazo de seis meses.
O acerto final sobre o preço, que foi verbal, sem assinatura de acordo, ocorreu ontem em reunião do Conselho de Administração da Oi em Botafogo, Rio de Janeiro, com a presença dos acionistas controladores.
Em meio à boataria sobre o negócio, a Oi divulgou fato relevante confirmando a intenção de comprar empresas de telefonia fixa, celular, de internet e de televisão por assinatura, sem citar a BrT.
Ontem, por volta das 20h, a CVM (Comissão de Valores Imobiliários) pediu esclarecimentos às empresas sobre a movimentação dos acionistas, que provocou valorização das ações das empresas.
No fato relevante, a Oi diz que contratou consultoria externa para examinar oportunidades de compra de empresas, dentro do "marco regulatório em vigor". A legislação atual impede a compra de uma concessionária de telefonia fixa por outra ou a fusão entre elas.


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