A publicação pela revista Veja, edição desta semana, da reportagem intitulada "A TV secreta de Jader", informando sobre a condição que Jader Barbalho ostentou por dez anos, período em que se manteve como sócio oculto da TV Tapajós, afiliada da Rede Globo em Santarém, deve facilitar bastante a repercussão política que a senadora Marino Brito pretende emprestar ao discurso que fará da tribuna do Senado, amanhã.
A senadora do PSOL, que na última sexta-feira protocolou representação no Ministério Público e pretende fazer o mesmo em Brasília, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), vai chegar à tribuna tendo como lastro a matéria de Veja, a maior revista de circulação nacional, além de notas e matérias sobre o assunto que têm sido divulgadas em blogs e sites de grande audiência em todo o País, como é o caso do Blog do Josias e do site do jornalista Claudio Humberto.
Pessoas próximas a Jader reconhecem que a repercussão nacional do assunto é tudo que ele não gostaria que acontecesse neste momento. É que o ex-deputado, depois de ter concorrido à eleição para o Senado na condição de sub judice - uma vez que o TSE o declarara inelegível com base na Lei da Ficha Limpa, decisão posteriormente confirmada pelo Supremo Tribunal Federal por efeitos regimentais -, recuperou o direto de ocupar uma cadeira no Senado, porque o mesmo STF considerou que a Ficha Limpa não poderia valer para o pleito do ano passado.
Mas o ex-deputado gostaria, segundo pessoas próximas a ele, de voltar ao Senado sem maiores estrépitos e sem atrair maiores atenções, uma vez que ele teve de renunciar ao mandato de senador em 2001, para escapar a um eventual processo por quebra de decoro parlamentar.
Aliás, 2001 deve ter um significado especial para Jader por dois motivos.
Primeiro, porque foi o ano em que ele renunciou ao mandato, em meio a denúncias de repercussão nacional sobre desvios de recursos no Banpará.
Segundo, porque foi o ano em que o contrato de gaveta - proveniente ainda do espólio do empresário Jair Bernardino - foi atualizado, passando a acolher o próprio Jader Barbalho como detentor de 50% das cotas do Sistema Tapajós de Comunicação, que tinha também como sócios o empresário Joaquim da Costa Pereira e sua mulher, Vera Soares Pereira, ambos já falecidos.
Pois este mesmo contrato, atualizado em 2001, é que está trazendo o ex-deputado de volta a manchetes que, contrariamente às suas pretensões, o colocam em situação, digamos, não muito confortável.
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