quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O orçamento, quase sempre uma peça de ficção

Da leitora Adelina “Bia” Braglia, sobre a postagem Emendas pendentes vão pesar na aprovação de empréstimo:

Esse é um jogo imundo, pois jogo sujo fica aquém dessas manobras. Mas, você está certo em manifestar seu temor ou apontar por onde esta "negociação" pode caminhar.
Aliás, acho que um deputado poderia propor o fim dessa excrescência chamada emenda. Substituí-la por uma ampla e democrática discussão do orçamento, pública, aberta, com um chamamento a todos os setores representativos das funções do estado: educação, saúde, segurança, transporte, tecnologia, etc. e tal.
Uma discussão que mostrasse objetivos e metas, dissecasse as prioridades com quem será o beneficiário delas, e, neste jogo limpo, os deputados brigariam para privilegiar setores ou grupos que abertamente teriam a sua defesa.
Mas, enquanto eu sonhava aqui, nos parágrafos acima, pensava também que basta que o governo e a Assembléia deixem claro para a sociedade o plano de aplicação do empréstimo. Só isso. Já é um bom começo. E simples. Muito simples.
Vou aguardar.

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Do Espaço Aberto:

Bia tem razão.
Como têm razão todos os que têm restrições não apenas a essa “excrescência chamada emenda”, como a leitora se refere, mas ao orçamento em si, que na cultura do toma-lá-dá-cá, enraizada secularmente no País, virou moeda de troca e, não raro, uma peça de ficção.
A sociedade, infelizmente, fica absolutamente alheia à discussão da lei orçamentária e, posteriormente, à sua execução durante todo o exercício.
No final, prevalece a falta de transparência.
E prevalece a falta de clareza de objetivos e metas.
Em detrimento, como sempre, de toda a coletividade.

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