Jader sobre Puty: “Esses meninos não trocaram as fraldas”

Hehehe.
Depois do pau, a pedrada de volta.
Depois do pau, a paulada em reação.
Lembram-se que o dr. Puty chamou Jader pro pau?
Pois é.
Jader deu o troco.
Puty, no caso, é Sua Excelência Cláudio Puty (na foto, da Agência Pará), chefe da Casa Civil na metade do tempo que lhe resta, pré-candidato a deputado federal na outra metade e blogueiro – porque ninguém é de ferro, é claro - nos pouquíssimos minutos que lhe restam.
Pois foi nestes pouquíssimos minutos que Puty, dia desses, preparou o chicote verbal e deu umas lambadas em Jader.
Justamente em Jader, o Jader Barbalho, presidente do PMDB, deputado federal e, dizque, objeto do desejo do governo Ana Júlia e do PT de um modo geral, que o querem manter como aliado na campanha que vem aí.
O problema é que Ana Júlia e os petistas que cortejam Jader ainda não combinaram com seu russo.
O russo deles, no caso, é Puty, que desancou o Diário do Pará em seu blog e, por tabela, desancou Jader.
Ontem, foi a vez do peemedebista.
Jader armou-se, muniu-se, municiou-se de ironias e esperou chegar a hora de participar do programa Clube de Manhã, apresentado por Nonato Cavalcante na Rádio Clube do Pará, emissora do próprio Jader, ressalte-se.
Nonato Cavalcante, vocês sabem, é aquele que se derrete em cortesias quando entrevista o patrão:
Disse uma vez:
- Dr. Jader, nosso programa tem 83% de audiência. Mas com a sua entrevista, hoje, foi a 100% com certeza.
Jader arrepiou-se de emoção.
Os pelos eriçaram-se.
As sobrancehas (grossas, bastas) retesaram-se.
Jader quase chorou de emoção.
Mas evitou.
Porque se chorasse, Nonato Cavalcante berraria junto com ele.
Mas deixemos isso pra lá...

Um passe na medida certa
O certo é que, lá pelas tantas, Nonato dominou a bola e fez um passe na medida para o entrevistado, lembrando-lhe que hoje se comemoram os 45 anos de Paragominas.
Pronto.
Foi o bastante para Jader matar no peito, baixar no terreno e sair em disparada em direção ao adversário.
O deputado lembrou dos primeiros tempos do município.
Aí, lembrou-se do início de sua própria carreira política.
Recordou de sua trajetória.
Destacou que, como governador, levou energia firme a Paragominas.
E emendou mais ou menos assim:
- Nonato, modéstia à parte, eu conheço o Pará. Eu ajudei a construir este Estado. É isso que incomoda. Agora, veja você, Nonato, tem esses meninos que ainda não trocaram as fraldas, que ainda não trocaram os cueiros, mas querem nos ensinar a fazer política, Nonato.
Na referência a “meninos”, “fraldas” e “cueiros”, todo mundo fez logo a ligação com Puty, que no início da semana desancou Jader.
Mas é possível, claro, que essa associação automática seja completamente equivocada.
É possível que o menino do desabafo de Jader seja outro.
É possível que seja qualquer menino lá do Arroio Chuí ou então um menino qualquer do extremo leste do País.
Agora, pensando bem, pensando melhor, sabe que os fatos e a lógica indicam que Jader estava devolvendo o Puty o que de Puty recebeu?
Pois é.

Por enquanto, empate técnico
A parada está 1 a 1.
Mas provavelmente vai ficar nisso.
Dr. Puty, vocês sabem, é sempre cioso de sua dupla condição de pré-candidato e de articulador político, a função mais nervosa, mais nevrálgica, mais nuclear do governo Ana Júlia.
Está certo, às vezes ele se esquece disso, incorpora inteiramente a sua condição de pré-candidato e se põe, mesmo como articulador político que continua a ser, a dar lambada também em aliados, inclusive nos que são cortejados por todo o resto do próprio PT.
Puty está errado?
Em tese, sim.
Na prática, não.
Pelo menos, não para sua chefa, a governadora Ana Júlia.
Ela, que deveria ver em chicotadas do gênero o resultado de uma incompatibilidade de funções, está como os nefelibatas – sambando e cantando nas nuvens.
Não foi ela quem disse em entrevista ao Diário não ver nada demais na dupla condição que Puty ostenta, porque Dilma Rousseff também é pré-candidata do governo Lula?
Com um amparo desses, com um aval desse calibre, como o que lhe premia a própria governadora, Puty tem mais é que lançar mão do chicote para sentar a pua, para baixar o sarrafo em quem bem entender, não é?
O único risco é levar lambadas de volta.
Embrulhadas – ou amortecidas – por cueiros e fraldas.
Hehehe.