quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Calote afeta educadores

No AMAZÔNIA:

Quatro turmas formadas por professores da rede estadual de ensino tiveram as aulas de licenciatura interrompidas porque a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) nunca pagou os docentes que ministravam as aulas. O problema vai de encontro ao plano do governo federal de reduzir o déficit de profissionais da educação que lecionam aulas sem que tenham formação para isso.
Os alunos de duas das turmas prejudicadas pretendem fazer uma manifestação em frente à sede da Seduc a partir das 8h30 desta quinta-feira. Eles querem providências da secretaria para que os cursos de licenciatura no formato intervalar sejam retomados.
A representante do grupo, Jeane Queiróz, explica que as aulas do novo módulo deveriam começar esta semana e terminar no dia 6 de março, mas os alunos foram informados pelos professores que o serviço estava suspenso por causa da falta de pagamento dos salários.
As aulas estavam sendo ministradas desde 2008 pelos professores da Universidade Federal do Pará (UFPA) contratados pela Seduc por meio de uma parceria fechada com a instituição de ensino superior. Apesar do serviço ter sido prestado, nenhum salário foi pago.
A pró-reitora de ensino de graduação da UFPA, Marlene Freitas, explica que o pagamento dos salários é uma competência da Seduc. Ela afirma que a secretaria justificou à instituição que não paga porque os trâmites do contrato não foram concluídos, uma burocracia que agora faz o segundo grupo de prejudicados.
Os professores da rede estadual matriculados nos cursos intervalares vêm de outros municípios paraenses para obter a formação em licenciatura. As aulas acontecem durante as férias da universidade para permitir que os docentes da instituição ministrem as aulas.
Estima-se que cerca de 40 mil professores que atuam no ensino básico do Pará não estão qualificados para o trabalho porque possuem somente a formação em Ensino Médio ou outra área que não a da disciplina que ensina.
O déficit de professores qualificados fez com que o Ministério da Educação (MEC) formalizasse, ano passado, convênios com instituições de ensino superior para a criação de turmas especiais.
No Pará, a UFPA é responsável por algumas turmas, mas a pró-reitora afirma que, como a responsabilidade pelo pagamento é da União, não houve atrasos registrados até agora.
Em nota, a Seduc não esclareceu o porquê do problema. Informou apenas que os alunos lecionam aulas de matemática, geografia e ciências naturais e que o órgão 'está tomando providências para a solução dos problemas que surgiram ao longo do processo com relação ao pagamento e que está à disposição dos professores para os esclarecimentos que se fizerem necessários'.

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