segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Pará: Potência em energia

No AMAZÔNIA:

O Pará será, durante os próximos 10 anos, um dos principais mercados do mundo para a construção de hidrelétricas e para a produção, venda e distribuição de energia. Um mercado que envolverá nada menos que 50 bilhões de dólares. Como os governos federal e estadual não dispõem do montante de recursos para financiar os projetos, buscam parceiros privados, no Brasil e no exterior. Na noite de sábado (17), estes parceiros foram prospectados na China, em reunião envolvendo o governo estadual, a Eletronorte, a Companhia das Docas do Pará e empresários do setor da mineração.
O secretário estadual de Desenvolvimento, Ciência e Energia, Maurílio Monteiro, e o diretor de Novos Negócios da Eletronorte, Wilson Fernandes de Paula, lideraram o grupo que se reuniu com o primeiro secretário da embaixada brasileira na China, Marco Túlio Cabral, e apresentaram 10 projetos envolvendo oito hidrelétricas e duas termelétricas a ser construídas no Pará na próxima década. A reunião em Chengdu, capital da província de Sichuan, oeste chinês, faz parte dos objetivos da missão que o governo paraense enviou à China com a intenção de prospectar mercados, assinar acordos de irmandade e buscar investimentos privados para grandes projetos.
Além dos projetos, o grupo apresentou as duas formas de os empresários chineses participarem: como sócios-investidores (com recursos próprios, chamados de equity, e não emprestando dinheiro) e também como fornecedores de suprimentos e serviços.
A hidrelétrica de Belo Monte, cujo leilão está previsto para dezembro próximo, é o principal projeto do pacote, a investimentos de 10 bilhões de dólares e previsão de geração de 80 mil empregos diretos e indiretos. Outro destaque é o complexo Tapajós, envolvendo cinco usinas hidrelétricas: duas no rio Tapajós - a São Luís e a Jatobá - e três no rio Jamanxin - a Jamanxin, a Caí e a Cachoeira dos Patos.
'A construção das usinas demandará 30 bilhões de dólares de investimentos e as linhas de transmissão, outros 20 bilhões', informa o diretor da Eletronorte Wilson Fernandes de Paula. 'A estimativa é gerar 238 mil empregos diretos e indiretos'.
As duas termelétricas, em Barcarena e Marabá, vão gerar um total de 1,2 milhão de megawatts e serão movidas a gás natural, num projeto que envolve também a construção de um terminal de regaseificação de gás natural líquido em Vila do Conde e que já tem assinado, a partir de iniciativa do governo do Estado, um acordo de viabilidade técnica e econômica entre a Eletronorte e grupos privados da Bahia e do Sudeste brasileiro.
Apoio - 'O presidente Lula se define como um caixeiro viajante e envolveu as embaixadas brasileiras nessa tarefa de divulgar nossas potencialidades e oportunidades de negócios', disse o secretário Maurílio Monteiro. 'É nesse contexto que a embaixada do Brasil na China apoia a missão paraense aqui em Chengdu e se comprometeu a apoiar a busca de parceiros para concretizar os projetos. A China, além de reservas de 2,3 trilhões de dólares, tem ‘know-how’ na construção de hidrelétricas e distribuição de energia e é um parceiro potencial'.
O secretário Maurílio Monteiro lembrou que o modelo do leilão é seguro, já que a compra da energia estaria garantida pelo mercado brasileiro, e a preços já estabelecidos por três décadas, reduzindo qualquer surpresa.
O embaixador Marco Túlio Cabral se comprometeu a apresentar os projetos aos investidores chineses, explicando em detalhes o modelo de leilão praticado no Brasil, e também a disponibilizar no site da entidade as principais informações sobre os empreendimentos e a forma de participação de entes internacionais. Ele também informou que, no início de novembro, o diretor de energia do Itamaraty estará na China e se envolverá pessoalmente nos projetos.

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