sábado, 17 de outubro de 2009

Extorsão põe na cadeia falso policia e dois PMS

No AMAZÔNIA:

Dois policiais militares e um ex-servidor da Polícia Civil do Estado foram presos anteontem sob a acusação de extorquir um comerciante autônomo no bairro do Una, em Belém. Os acusados são os cabos da PM Gerson Souza Cruz, 38, e Ulysses Lima Goiabeira, 46; e o ex-serviços gerais da PC Alfredo Bahia Cardoso. O crime chegou às mãos da Divisão de Crimes Funcionais (Decrif) da PC após a vítima tê-lo denunciado, ao início da tarde de anteontem. Gerson e Ulysses foram autuados por concussão - extorsão praticada por funcionário público -, encaminhados ao Complexo de Americano e podem ser desligados do efetivo da PM após o caso ser apurado pela corregedoria da corporação. Já Alfredo responderá pelos crimes de extorsão, falsidade ideológica e falsa identidade. Seu destino ainda não havia sido decidido até a tarde de ontem.
Segundo o delegado Domingos Sávio Rodrigues, titular da Decrif, a vítima - que terá sua identidade preservada - foi abordada pelo trio quando caminhava na rodovia Transcoqueiro, próximo à garagem de uma empresa de transporte coletivo, por volta de 11h de anteontem. Vestidos à paisana, os cabos Gerson e Ulysses chegaram ao local acompanhados de Alfredo, apresentando-se como policiais civis.
Eles afirmaram à vítima que ela teria um mandado de prisão contra si e teria sido flagrada em uma farmácia, fazendo uma compra com um cartão de crédito roubado. A informação foi logo refutada pelo autônomo, que se ofereceu para ir à delegacia mais próxima constatar que tratava-se de um engano. O trio, então, disse que faria vista grossa em troca da quantia de R$ 1 mil. Depois de muita negociação, o valor caiu para R$ 300. O valor deveria ser entregue dali a algumas horas.
Munido das informações, o autônomo foi à Delegacia Geral da PC e fez denúncia à equipe de plantão. A situação foi logo comprovada quando um dos PMs ligou para o celular da vítima exigindo a quantia em dinheiro. 'Foi aí que, orientado por nós, o autônomo marcou um encontro para entregar o suposto valor, na esquina das avenidas Pedro Álvares Cabral e Júlio César', disse o delegado Domingos Sávio.
Prisões - Por volta das 21h, Alfredo estava na esquina e foi preso por policiais à paisana, à hora em que recebia o dinheiro da vítima. O acusado rapidamente informou a localização de Gerson, que o esperava na Praça do Jaú, no bairro da Sacramenta. O cabo da PM, por sua vez, levou a Polícia Civil até a casa de Ulysses, no bairro do Una, onde sua prisão foi feita. O trio foi apresentado na Decrif por volta das 22h e enquadrado nas ações da operação 'Navalha na carne', da PC, que, desde 2007, apura denúncias de crimes praticados por policiais. 51 exonerações já foram efetuadas a partir das investigações.
Documentos - As autuações variam por conta do método que cada acusado utilizou. Alfredo, ex-serviços gerais da Delegacia Geral exonerado no ano passado, portava pelo menos sete documentos, desde carteiras funcionais até crachás de investigadores, servidores administrativos e escrivães - todos em seu nome, o que lhe rendeu autuações por falsidade ideológica e falsa identidade, fora a de extorsão. Já os cabos Gerson e Ulysses - que estariam lotados na 11ª Zona de Policiamento (Zpol) da PM, no Guamá - foram autuados por concussão.
Este último ainda foi autuado por porte ilegal de arma, já que não tinha documentação adequada e estava armado à hora em que foi preso. Segundo o delegado Domingos Sávio, os PMs foram encaminhados à Penitenciária Coronel Anastácio das Neves, no Complexo de Americano. Alfredo provavelmente iria para o Presídio Estadual Metropolitano (PEM) ou para Americano. O caso foi repassado à Corregedoria da PM para que ela apure a possível exclusão dos agentes do efetivo policial.

Um comentário:

Anônimo disse...

51 esse número é mentiroso e engana a população. Só na cabeça desse delegado que esse número é verdadeiro.