Yoani Sánchez (na foto) é uma cubana.
Tem 34 anos.
É formada em letras e vive em Havana com o filho e o marido.
É dela o blog Generación Y, que não é acessado em Cuba, evidentemente, mas é o canal que resta a Yoni para contar o cotidiano da ditadura que impera em seu país.
A cubana escreveu o livro De Cuba, com Carinho, da Editoria Contexto, que já chegou às livrarias brasileiras.
A revista Veja desta semana traz, em suas páginas amarelas, uma entrevista com a blogueira.
Abaixos, os principais trechos:
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* “Na sala de aula dele há seis fotos de Fidel Castro. Tudo o que se ensina nas escolas é o marxismo, o leninismo, essas coisas. Não se sabe o que acontece no resto do mundo. A primeira vez que vi imagens da queda do Muro de Berlim foi em 1999, dez anos depois de ela ter ocorrido. Foi num videocassete que um amigo trouxe clandestinamente. Para assistir às imagens do homem pisando na Lua, foi necessário esperar vinte anos.”
* “Pelo que vejo nas ruas, é difícil acreditar que os cubanos possam sobreviver tantos anos. Os idosos estão em estado deplorável. Há uma avalanche de dados que poderiam ilustrar o que digo, mas estes nunca são divulgados. Jamais fomos informados sobre o número de pessoas que fogem da ilha a cada ano. Ninguém sabe qual é o índice de abortos, talvez o mais alto da América Latina.”
* “A carência nos hospitais é trágica. Quando um doente é internado, todos os seus familiares migram para o hospital. Precisam levar tudo: roupa de cama, ventilador, balde para dar banho no paciente e descarregar a privada, travesseiro, toalha, desinfetante para limpar o banheiro e inseticida para as baratas. Eles não devem esquecer também os remédios, a gaze, o algodão e, dependendo do caso, a agulha e o fio de sutura.”
* "Cuba só é reverenciada por quem nunca morou aqui. Eu já conheci um montão de gente que idolatrava Fidel e, depois de um mês vivendo conosco, mudou de opinião. Quando as pessoas descobrem como é receber em moeda sem valor, enfrentar as filas de racionamento ou depender do precário transporte público, começam a pensar de modo mais realista. Não estou falando dos turistas que ficam uma semana, dormem em hotéis cinco-estrelas e andam em carros alugados. Convido quem vê Cuba como um exemplo a vir para cá, sentir na pele como vivemos."
* “O portal Desdecuba.com, em que o site está hospedado, está bloqueado há mais de um ano para quem tenta acessá-lo de Cuba. Há algumas semanas, cancelaram o site Voces Cubanas, que possuía vários diários virtuais, incluindo uma cópia do meu. O governo também se esforça para me transformar em uma pessoa radioativa. Membros da polícia política me vigiam todo o tempo e dizem a meus vizinhos, amigos e parentes que sou perigosa.”
* “Hugo Chávez é o grande responsável pela perpetuação do regime cubano. Cuba seria hoje muito diferente sem esse aporte de petróleo e de dinheiro da Venezuela. O que me preocupa é o componente de autoritarismo e de messianismo de governos como os da Venezuela, Bolívia e Equador. Chávez reprime brutalmente a liberdade de expressão, e temo que os outros sigam essa abordagem, de cujas consequências parecem não ter a menor ideia. Em lugar da linha de Chávez, Evo Morales ou Rafael Correa, prefiro a da chilena Michelle Bachelet e a de Lula. Eles perseguem mudanças menos traumáticas e não criam conflitos viscerais entre grupos sociais."
* “Se o objetivo do embargo era enfraquecer a ditadura, não funcionou. Essa política não afeta os governantes, que continuam vivendo muito bem e importando os produtos que desejam. Tampouco se plantou na ilha uma semente de insatisfação capaz de desestabilizar o governo. A maior parte das pessoas que eram contra o regime já escapou da ilha. Acima de tudo, o embargo tem sido o maior pretexto do governo cubano para justificar o descalabro econômico no país.”
* “A matéria-prima do meu trabalho é a realidade cubana. Não quero e não posso ficar longe das minhas histórias. Se pudesse viajar, eu certamente o faria, mas não seria apenas para o Brasil. Tenho de passar nos Estados Unidos e na Espanha para receber os prêmios que ganhei. Talvez desse um pulo à Alemanha e à Suíça. E só. Faz tempo que aprendi que a vida para mim não está em outro lugar a não ser em Cuba. Para o meu país eu voltarei sempre."
* “Os futuros governantes de Cuba serão pessoas comuns, que não conhecemos. Não mostram publicamente suas ideias reformistas por medo de que aconteça a elas o mesmo que ocorreu com Carlos Lage, o médico que era vice-presidente e foi condenado ao ostracismo. Quando a velha-guarda deixar o poder, muita gente carismática e talentosa sairá das sombras."
* “A crise contemporânea ainda não se compara com a dos anos 90. Naquele tempo meus pais me mandavam ir dormir mais cedo porque não tínhamos o que comer. Minha magreza é, em parte, uma sequela daquele período de fome. Hoje certamente há uma recaída econômica muito forte. A produção nacional é ínfima e obriga Cuba a importar 80% dos alimentos que consome."
12 comentários:
Acho que caberia ao pessoal da nossa esquerda comentar o assunto. Muitos idolatram o "Comandante" revolucionário ou "Ditador".
Alô "thurma" do ranço ideológico, alô esquerda festiva, alô esquerda "camiseta do Che", vamos reagir, gente!!!
Como pode uma simples professora e blogueira cubana contar tantas "invencionices" sem receber o trôco?
Cadê a revanche?
Que chata essa "burguesinha capitalista"; só porque vive e mora no "paraiso"; só porque sente na pele o que é sobreviver em um regime de trevas, vem agora tornar público tantas verdades?
Logo agora que os "filhotes" bolivarianos Bolívia e Equador estão se chegando, se "desenvolvendo"; logo agora que a Venezuela está prestes a conseguir derrotar o grande inimigo, o império americano do mal.
Arrumem argumentos, se não tiver, inventem! Só não pode é ficar assim essa "terrivel ameaça" à "democracia da social felicidade cubana".
Reajam hermaños!!!
(risos ao fundo...)
Não moro em cuba, mas gostaria que o nosso Brasil tivesse erradicado o analfabetismo, que tivesse um médico para cada 300 habitantes, que fosse exemplo de produção de vacinas e as distribuíssem gratuitamente no Brasil e nos países irmãos, seria importante também que nosso país investisse em cultura e tivesse um dos povos mais cultos da américa latina e Caribe. Ah ia esquecendo, quem dera que parlamentar no Brasil não fosse profissão ou seja, o parlamentar não recebesse nada por se-lo.
Pois é estes dados são reconhecidos por organismos internacionais, queiram reconhecer os raivosos ou não.
Não existe nenhum país do mundo que seja um paraiso, e Cuba tem muitos sim, mas a busca por solucioná-los tem uma grande diferença com os paises que a "moça do blog" reverencia, não é o mercado que define a política e a economia, e sim o bem estar do povo.
Mas o certas pessoas não aceitam é que uma ilha, comandada por um homem que sofreu 71 tentativas de assassinatos, não pelo seu povo e sim pelo império, olhe para a maior potência do mundo de cabeça erguida e diga "aqui vcs não mandam"
E são poucos os países que tem esta autoridade.
Viva Cuba e os 50 anos de revolução;
Viva comandante Fidel, 80 anos de luta socialista.
Ô das 11:51, se o preço de "toda" essa benesse que vc elencou é a privação da liberdade e dos direitos de livre pensar, tá CARO, CARÍSSIMO.
Melhor não perder a voz nem ser "comandado" por essa "autoridade" que tem nas mãos até o poder de decisão da vida ou morte dos "comandados".
O que será que vc ainda está fazendo por aqui, hein?
Vai pro paraíso, vai.
Toda essa maravilha paradisíaca listada pela preclara das 11:51 fica prejudicada logo na primeira linha do texto.
"Não moro em cuba(a minúscula é dela)" diz tudo.
Ela não mora lá, mas já ouviu falar das "maravilhas" do regime.
Regime mesmo, até porque lá, comprar comida só no mercado negro. Todos os hermaños tem de se sujeitar as "cadernetas" onde são anotadas as porções que lhes são disponibilizadas pelo sistema.
Isso quando tem.
E que ninguém se atreva a reclamar da ração e dos racionamentos.
Aliás, lá no paraíso cubano, nem oposição existe.
Pra quê, né?
E viva la revolucion e el paredon!
Ô aí de cima...! vá lá passar um ano e depois volte com essa história furada idolatrada salve, salve.... e ainda tem gente ilustrada que apóia regimes tais...! realmente o ser humano é inigualável quando pensa com a cabeça dos outros! Até!
Tudo bem Mr. Stefani, mas, se o Medici tivesse feito com os dissidentes do regime no Brasil o que o Fidel fez com os dissidentes de Cuba (te lembra do "paredón"?), não tinha sobrado ninguém para louvar, hoje, a ditadura de Castro.
Leio o blog da Yoani Sánchez já há algum tempo (Generación Y) e posso dizer que, além de escrever muito bem, ela sempre pontua os textos dela com fotografias do cotidiano cubano nas quais se vêem a miséria, o atraso e mesmo a falta de liberdade dos cubanos.
Penso que só não foi presa porque adquiriu fama internacional, sendo que o blog dela já foi premiado na Itália e em outros países. E é, além disso, uma prova de que, mesmo numa ditadura cruel como a cubana, ainda é possível, utilizando-se a internet, romper o cerco imposto pelo regime e comunicar-se com o mundo.
É tão óbvio que o regime castrista ruirá que nem vale a pena gastar nosso latim com isso.
Penso que os EUA, quando o regime cair, vão ter um problemão para resolver. Não haverá outra saída senão injetar milhões de dólares em Cuba a fim de evitar uma emigração em massa para a Flórida.
Estarão, assim, na mesma situação em que ficaram os alemães ocidentais quando o Muro de Berlin ruiu em 1989, obrigados a socorrer a inepta economia da Alemanha Oriental.
A coisa vai-se repetir em Cuba - é inevitável. A economia cubana produz apenas tabaco e cana-de-açúcar, os mesmos produtos que produzia na época da colonização espanhola. Há, é claro, o turismo que incrementou um pouco a economia, mas não é suficiente para gerar divisas para o país.
Mas a verdade insofismável é que Cuba é miserável porque nada produz (há um discurso recente de Raúl Castro no youtube falando da baixa produção de leite, o que obrigou o governo a distribuir leite apenas para os menores de sete anos de idade. Incrível, mas rigorosamente verdadeiro!!!).
Dizer que o culpado são os EUA porque impuseram um bloqueio econômico à ilha (a maior ilha do Caribe) é uma tremenda mentira, umas maiores dos séculos XX e XXI porque Cuba mantém relações diplomáticas com diversos países e pode comprar deles aquilo que é negado pelo governo dos EUA.
E por que não compra (como papel higiênico que anda em falta na ilha)?
Porque nada produz, porque o socialismo liquidou a economia de mercado e não existe mais os generosos subsídios soviéticos para dar novo oxigênio ao agonizante regime (é verdade que Chávez ajuda Cuba, mas a queda nos preços dos barris de petróleo deve ter impactado essa ajuda).
O embargo econômico norte-americano serve - o que é mais relevante - como mera justificativa do regime castrista para o fracasso em todas as frentes. E, como sabemos, todas as ditaduras precisam anatematizar algum inimigo para justificar seus erros e fracassos.
De certo modo, foi bom Fidel Castro ter vivido muito, a despeito do sofrimento que impôs ao próprio povo; viveu tanto, que envelheceu junto com sua própria Revolução, agonizando ambos na certeza de que passarão e um novo momento de radiante liberdade ressurgirá, como se pode constatar pelo exemplo de Yoani Sánchez e outros dissidentes.
Num lugar em que o Estado controla tudo, sobretudo a economia, ele acaba por determinar que modo de vida as pessoas deverão seguir e até mesmo o que devem pensar.
Em tal situação, as pessoas, temerosas de que lhes falte comida ou emprego, acabam tornando-se obedientes e até servis. É claramente o que sucede em Cuba há 50 anos.
Ocorre, todavia, que nenhuma ditadura (ou tirania) consegue impedir o surgimento de alguns espíritos livres por mais que os controles sociais se tornem ainda mais rígidos (Em Cuba, existem os Comitês de Defesa da Revolução - os CDR - que colocaram em cada esquina do país um cederista com a missão abjeta de observar a movimentação na vizinhança e denunciar qualquer coisa estranha, como uma reunião, ao regime).
Mas, como bem ensinou Cornelius Castoriadis, "se queremos ser livres, ninguém deve dizer-nos o que pensar."
E Yoani Sánchez, mesmo cercada pelo regime que a impede de viajar à Europa e receber os prêmios com os quais foi agraciada, prova que é possível ser livre, apesar do alto preço que se paga.
Abraços democráticos.
E viva Cuba livre!!!
Penso que nenhuma ditadura, seja de direita ou de esquerda, é boa. Mas lendo o que a doce Yoni escreveu em seu diário, me vi a comparar com a nossa bendita democracia. Vamos lá:
* “Na sala de aula dele há seis fotos de Fidel Castro. Tudo o que se ensina nas escolas é o marxismo, o leninismo, essas coisas. Não se sabe o que acontece no resto do mundo. A primeira vez que vi imagens da queda do Muro de Berlim foi em 1999, dez anos depois de ela ter ocorrido. Foi num videocassete que um amigo trouxe clandestinamente. Para assistir às imagens do homem pisando na Lua, foi necessário esperar vinte anos.”
COMPARAÇÃO: Aqui também é assim. Na época da ditadura militar nós aprendíamos nossa história de acordo com a visão dos militares. Agora que temos uma democracia formal, aquilo que é inconveniente para o poder econômico e político é escondido do povo, daí porque os movimentos sociais, que efetivamente lutam por uma democracia real, principalmente na distribuição da renda, são criminalizados.
* “Pelo que vejo nas ruas, é difícil acreditar que os cubanos possam sobreviver tantos anos. Os idosos estão em estado deplorável. Há uma avalanche de dados que poderiam ilustrar o que digo, mas estes nunca são divulgados. Jamais fomos informados sobre o número de pessoas que fogem da ilha a cada ano. Ninguém sabe qual é o índice de abortos, talvez o mais alto da América Latina.”
COMPARAÇÃO: Aqui também, os nossos idosos sofrem muito. Aqueles que não têm dinheiro morrem nas filas dos hospitais públicos e nem são tão velhos como os de seu país, mas como não têm o mínimo para uma vida digna, aos setenta anos parecem ter noventa. Também não sabemos quantos morrem por falta de atendimento e nem qtos abortos clandestinos são feitos, porque essas estatísticas são sonegadas da população.
Aqui não é proibido sair do país, mas os pobres não o fazem porque não têm condições mínimas para tal.
* “A carência nos hospitais é trágica. Quando um doente é internado, todos os seus familiares migram para o hospital. Precisam levar tudo: roupa de cama, ventilador, balde para dar banho no paciente e descarregar a privada, travesseiro, toalha, desinfetante para limpar o banheiro e inseticida para as baratas. Eles não devem esquecer também os remédios, a gaze, o algodão e, dependendo do caso, a agulha e o fio de sutura.”
COMPARAÇÃO: Aqui também acontece a mesma coisa, os pobres que dependem do serviço público de saúde quando conseguem (o que é muito raro) uma internação, sofrem com a falta de equipamentos e remédios. A diferença é que não têm o que levar para o hospital e quando têm, diferente daí que tem médico, aqui falta esse profissional.
* "Cuba só é reverenciada por quem nunca morou aqui. Eu já conheci um montão de gente que idolatrava Fidel e, depois de um mês vivendo conosco, mudou de opinião. Quando as pessoas descobrem como é receber em moeda sem valor, enfrentar as filas de racionamento ou depender do precário transporte público, começam a pensar de modo mais realista. Não estou falando dos turistas que ficam uma semana, dormem em hotéis cinco-estrelas e andam em carros alugados. Convido quem vê Cuba como um exemplo a vir para cá, sentir na pele como vivemos."
COMPARAÇÃO: Aqui também acontece a mesma coisa. A população enfrenta filas todos os dias para utilizar um transporte público precário, pagando muito por esse serviço, diferente daí que é gratuito. Agora, a população não enfrenta fila para comprar alimento, pois diferente daí, não é o alimento que falta e sim o dinheiro.
* “O portal Desdecuba.com, em que o site está hospedado, está bloqueado há mais de um ano para quem tenta acessá-lo de Cuba. Há algumas semanas, cancelaram o site Voces Cubanas, que possuía vários diários virtuais, incluindo uma cópia do meu. O governo também se esforça para me transformar em uma pessoa radioativa. Membros da polícia política me vigiam todo o tempo e dizem a meus vizinhos, amigos e parentes que sou perigosa.”
COMPARAÇÃO: Aqui também se persegue quem discorda da “boa ordem econômica”. Muitos são chamados por autoridades públicas, em jornais, de “demônios”.
A diferença é que vc tem site, enquanto o pobre brasileiro sequer tem computador.
* “Hugo Chávez é o grande responsável pela perpetuação do regime cubano. Cuba seria hoje muito diferente sem esse aporte de petróleo e de dinheiro da Venezuela. O que me preocupa é o componente de autoritarismo e de messianismo de governos como os da Venezuela, Bolívia e Equador. Chávez reprime brutalmente a liberdade de expressão, e temo que os outros sigam essa abordagem, de cujas consequências parecem não ter a menor ideia. Em lugar da linha de Chávez, Evo Morales ou Rafael Correa, prefiro a da chilena Michelle Bachelet e a de Lula. Eles perseguem mudanças menos traumáticas e não criam conflitos viscerais entre grupos sociais."
COMPARAÇÃO: Aqui também temos aqueles que defendem o liberalismo econômico como se fosse um deus, são chamados de “assassinos econômicos” e sustentam teses brilhantes de exploração dos países pobres pelos ricos. Essas teses foram muito aplicadas aqui no Brasil, provocando uma concentração de renda tão estúpida num universo mínimo de pessoas, aumentando a miséria e como conseqüência, uma explosão de violência urbana que nos faz vitimas e reféns do medo.
* “Se o objetivo do embargo era enfraquecer a ditadura, não funcionou. Essa política não afeta os governantes, que continuam vivendo muito bem e importando os produtos que desejam. Tampouco se plantou na ilha uma semente de insatisfação capaz de desestabilizar o governo. A maior parte das pessoas que eram contra o regime já escapou da ilha. Acima de tudo, o embargo tem sido o maior pretexto do governo cubano para justificar o descalabro econômico no país.”
COMPARAÇÃO: Aqui também tem aqueles que estão muito bem obrigado, se lixando para o povo. Tem políticos que amealham verdadeiras fortunas e não obstante denunciados por corrupção, continuam no bem-bom.
Continuando
* “A matéria-prima do meu trabalho é a realidade cubana. Não quero e não posso ficar longe das minhas histórias. Se pudesse viajar, eu certamente o faria, mas não seria apenas para o Brasil. Tenho de passar nos Estados Unidos e na Espanha para receber os prêmios que ganhei. Talvez desse um pulo à Alemanha e à Suíça. E só. Faz tempo que aprendi que a vida para mim não está em outro lugar a não ser em Cuba. Para o meu país eu voltarei sempre."
COMPARAÇÃO: Nisso somos iguais. Amamos nosso Brasil.
* “Os futuros governantes de Cuba serão pessoas comuns, que não conhecemos. Não mostram publicamente suas ideias reformistas por medo de que aconteça a elas o mesmo que ocorreu com Carlos Lage, o médico que era vice-presidente e foi condenado ao ostracismo. Quando a velha-guarda deixar o poder, muita gente carismática e talentosa sairá das sombras."
COMPARAÇÃO: aqui tb pensávamos assim e muitos jovens foram eleitos, mas acabaram repetindo as mesmas formulas da velha- guarda e ficaram igualzinho, alguns com apetite mais voraz sobre o dinheiro público.
* “A crise contemporânea ainda não se compara com a dos anos 90. Naquele tempo meus pais me mandavam ir dormir mais cedo porque não tínhamos o que comer. Minha magreza é, em parte, uma sequela daquele período de fome. Hoje certamente há uma recaída econômica muito forte. A produção nacional é ínfima e obriga Cuba a importar 80% dos alimentos que consome."
COMPARAÇÃO: Aqui não importamos alimentos, temos terra fértil, somos abençoados. O problema é que toda essa riqueza chega na mesa de poucos e por isso muitos passam fome. Não raro se vê meninos e meninas nas ruas cheirando cola, para enganar a fome.
É certo que o Brasil já melhorou muito, mas ainda temos muita coisa em comum com los hermanos,
Para quem ainda duvidar, é bom dar uma olhada no Blog do caboclo viajante e ler o que ele observou lá em Cuba: http://cabocoviajante.blogspot.com
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