sábado, 17 de outubro de 2009

Caranguejo volta à berlinda

No AMAZÔNIA:

A próxima semana será decisiva para os comerciantes de caranguejo da Região Metropolitana de Belém. O Ministério Público do Estado (MPE), junto com órgãos de fiscalização sanitária, preparam uma nova ofensiva para coibir a venda da massa do caranguejo no Estado. Quem não se adaptar às regras estará sujeito a sanções que podem ir da multa e apreensão de produtos, até o fechamento do estabelecimento comercial. A informação foi dada pelo promotor Marco Aurélio Nascimento, que coordenou ontem o debate sobre 'Alimentos Regionais com Segurança', no auditório do MPE. O evento, promovido em parceria com a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) e o Centro de Colaboração em Alimentação e Nutrição (Cecan/UFPA), faz alusão ao Dia Mundial da Alimentação.
O promotor Marco Aurélio Nascimento diz que em todo o Estado vários termos de ajuste de conduta estão sendo firmados com os donos de restaurantes para coibir este tipo de comercialização, que é ilegal. No município de São Caetano de Odivelas - o maior produtor de caranguejo do Pará - por exemplo, mais de 25 termos já foram assinados. Em Belém, o Ministério Público vai retomar a conversa com os donos de restaurantes, dando ciência da proibição e alertando para os riscos que este tipo de prática pode resultar para o cidadão.
'A venda da massa de caranguejo é ilegal por conta das péssimas condições de higiene no manuseio deste produto. Desde 1950 é obrigatório que os produtos de origem animal tenham registro no Ministério da Agricultura, e mais recentemente que tenham também o selo (SIE) da Adepará. Este documento assegura a origem e a qualidade do produto que está sendo comercializado', afirmou o promotor.
Ele explica que além da fiscalização, o MP, em parceria com os demais órgãos, vem intensificando também o diálogo junto à iniciativa privada para que haja conscientização sobre as condições de segurança ou mesmo na formação de cooperativas para industrializar o processo de extração do caranguejo, e também na realização de campanhas educativas voltadas ao consumo consciente. 'A situação é grave, mas aos poucos estamos avançando em todas estas três frentes. O mais difícil, porém, continua sendo transformar o consumidor em um cidadão consciente, que ele tem também este papel de fiscal da lei', disse o promotor.
Açaí - Este trabalho de segurança alimentar também vem sendo feito com os batedores de açaí. Segundo dados do MPE, dos mais de três mil batedores de açaí pouco mais de mil já passaram por cursos de manipulação de alimentos.
'O mais curioso é que exportamos açaí para o mundo todo, mas descuidamos do que é mais básico, que é a qualidade do produto que está sendo consumido pela nossa população. É preciso assegurar qualidade desde o processo de produção ao de comercialização', disse.
O MP recomenda que os comerciantes de açaí tenham as paredes do ponto de venda lisas e claras (é proibido comercializar este tipo de produto em construções de madeira), que usem equipamentos feitos de aço inoxidável, que os batedores de açaí passem por um curso de manipulação de alimentos e mantenham a carteira de saúde em dia.
Ainda dentro da programação pelo Dia Mundial da Alimentação, no dia 20 de outubro, a partir das 9h, um evento na praça Batista Campos vai mobilizar gestores de escolas que levarão seus alunos do ensino fundamental a participarem de uma programação com várias atrações: show musical, dinâmicas interativas, atividades lúdicas, teatro de bonecos e distribuição de material gráfico com informações sobre o consumo de alimentos seguros. Os ônibus do projeto Curupira (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e da Galera Jogo Limpo (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) estarão presentes, com atividades didáticas direcionadas para a temática do evento.

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