sábado, 17 de outubro de 2009

“Cadeia pra mim é motel”

No AMAZÔNIA:

Durante uma briga, supostamente por causa de drogas, um irmão é suspeito de matar o outro, na noite da última quinta-feira, dentro de um terreno baldio no quilômetro 13 da rodovia Augusto Montenegro, em Icoaraci. Uma equipe de policiais civis passou pelo local no momento em que Jorge Luiz Coelho dos Santos, de 28 anos, o 'Mamão', preparava-se para fugir. O irmão dele, José Alexandre Pontes Coelho, 31, morreu com uma facada no peito. O acusado chorou ao lado do cadáver. Porém, já na seccional, disse não ter nenhum arrependimento e nem estar preocupado com sua prisão, afirmando 'cadeia para mim é motel'.
O delegado Ruy Porto, plantonista da Seccional de Icoaraci, conta que, por volta das 22h30 da última quinta-feira, liderava uma equipe de investigadores quando, ao passar pelo terreno baldio em frente ao prédio do Sest/Senat, percebeu que um homem estava abaixado ao lado de outro ensanguentado. Ao perceber a aproximação da viatura de polícia, o suspeito tentou fugir, mas foi impedido pelos policiais.
De acordo com a polícia, o terreno onde houve o crime é comumente frequentado por desocupados e usuários de drogas. Moradores da área contam ter visto o assassino e seu irmão reunidos no terreno, desde a tarde de quinta, ingerindo drogas. Por isso, acredita-se que a morte tenha ocorrido em decorrência de uma disputa.
O delegado Porto informa que Jorge Luiz chorava muito quando a polícia chegou, mas não esclareceu as circunstâncias do ocorrido. 'Na hora, ele nos informou que não tinha a intenção de matar o José Alexandre e que ficou desesperado quando viu que o irmão estava morto. Apesar de dizer que não teve a intenção, ele deu a facada exatamente sobre o coração da vítima', diz o delegado.
Ontem de manhã, enquanto assinava os documentos de sua prisão em flagrante, Jorge demonstrou que preferia não entrar em detalhes sobre o crime. Ao ser questionado se estava ou não arrependido ele, na presença dos policiais e de profissionais de imprensa, disparou: 'Arrependido que nada! Deixa eu puxar a minha cadeia ‘na moral’. Cadeia pra mim é motel!'. Depois, passou a negar o crime. 'Não fui eu que dei a facada. Não sei quem foi', falou.
José não quis falar sobre sua relação com o irmão. Os dois moravam na mesma casa, localizada no conjunto Paracuri II. José estava há pouco tempo de liberdade. Este ano, ele já esteve preso por roubo, tendo passado seis meses na cerceragem da Seccional da Cremação.

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