No AMAZÔNIA:
Duas balsas carregadas de madeira ilegal foram bloqueadas por ribeirinhos e indígenas em um trecho do rio Arapiuns, na região de Santarém. Os manifestantes protestam contra o suposto desmatamento ilegal na gleba Nova Olinda 1. A quantidade retida do material está estimada entre 500 e 600 toras, cerca de 1,5 mil m³.
O bloqueio, que ocorre desde segunda-feira (12), é uma forma encontrada pelos moradores de chamar a atenção do governo do Pará para o caos fundiário e a intensa atividade de exploração de madeira nas terras estaduais. De acordo com relatos locais, a cada semana de cinco a dez balsas de madeira descem o rio.
A Nova Olinda 1 e outras quatro glebas da região estão em processo de regularização pelo governo de Ana Júlia Carepa (PT). Elas somam 1,3 milhão de hectares. Ricas em madeira e em minério, a região é cobiçada por mineradoras, madeireiros, grileiros, índios e 105 comunidades ribeirinhas.
Conforme o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Santarém (STTR), os assentamentos criados pelo governo do Estado não têm o tamanho considerado correto pela categoria. O governo afirma que as pessoas que fazem o bloqueio do rio já foram contempladas com três assentamentos e que vistorias locais atestaram legalidades.
Segundo o Greenpeace, há dois anos, quando a competência pelo licenciamento de planos de manejo passou para os estados, a expectativa era de combater a ilegalidade. As deficiências dos órgãos de meio ambiente estaduais, no entanto, aumentaram a corrupção e diminuíram o controle sobre os planos de manejo. 'Infelizmente, além de toda a problemática socioambiental ligada à exploração ilegal de madeira, esse despreparo dos órgãos ambientais compromete a meta de redução de desmatamento', argumenta Raquel Carvalho, coordenadora de campanhas do Greenpeace.
No dia 14 deste mês, de acordo com o Greenpeace, em reunião com entidades do movimento social, representantes de órgãos de governo do Pará, dentre eles a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor) e Instituto de Terras do Pará (Iterpa) assumiram o compromisso de fiscalizar as áreas alvo de exploração ainda nesta semana. 'Até que a situação fundiária na gleba seja definida, queremos assegurar que essas florestas não serão destruídas. Enquanto o governo não fiscalizar as áreas e apresentar um relatório, o rio Arapiuns permanecerá bloqueado e a madeira não será liberada' disse Manoel Edvaldo, vice-presidente do STTR.
Um comentário:
Companheiros
se for do agrado, agendem uma visita no IDEFLOR e saibam mais sobre a Lei de Gestão de Florestas Públicas e nova política florestal que está se construindo. É preciso a sociedade inteira participar.
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