quarta-feira, 29 de julho de 2009

MPE avalia se abre processo

No AMAZÔNIA:

O delegado Rogério Moraes, da Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe), da Polícia Civil, ouviu três testemunhas sobre as denúncias de fraude no concurso da Guarda Municipal de Belém. O policial garante que mais três pessoas serão ouvidas ainda hoje na unidade especializada, sem revelar o horário das audiências. O caso também já está sendo avaliado pelo promotor de Justiça do Ministério Público do Estado (MPE), Firmino Matos, o qual deve decidir se abre um procedimento administrativo para apurar detalhadamente as supostas irregularidades. Ontem foi anexado ao inquérito policial o Boletim de Ocorrência n.º 251, da Seccional Urbana do Comércio, registrado no último dia 15, apontando a venda de modelos de provas por uma mulher moradora do Distrito de Icoaraci.
O delegado Rogério Moraes afirma que as primeiras informações já foram colhidas, mas ainda faltam depoimentos importantes. A intenção é ouvir o maior número de pessoas, entre participantes do concurso, principalmente, os da mesma sala da denunciante, Danielle Rodrigues da Costa, além de fiscais e coordenadores do local de prova onde foi levantada a suspeita de fraude. Devem ser escutados ainda os diretores da Fundação Cetap, responsável pela aplicação do exame, correção das provas e divulgação do resultado, previsto para sair até o dia 5 de agosto.
Moraes diz que é, no mínimo, um 'fato estranho' terem encontrado uma prova na rua e reitera que o boletim de questões achado já está sob posse da polícia. Ele ressalta que haverá a cautela nas investigações uma vez que se trata de uma seleção pública que envolve mais de 40 mil candidatos. O inquérito policial pode ser encerrado em 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30, caso as autoridades policiais solicitem à Justiça e haja ordem expressa do juiz para a prorrogação.
No Ministério Público, a denúncia está nas mãos de Firmino Matos, que ainda não decidiu se abrirá procedimento administrativo para investigação. O fiscalizador da lei deve primeiro solicitar mais informações, principalmente da Fundação Cetap, para depois definir quais providências tomar. Na segunda-feira passada, por volta de meio-dia, ele também recebeu um grupo de candidatos que se sentiram prejudicados pelo certame
Danille Rodrigues da Costa, candidata ao cargo de agente da Guarda Municipal e denunciante da possível fraude, diz que conversou com o delegado Rogério e contou detalhes de como encontrou o documento na rua. Segundo ela, a prova estava na rodovia Augusto Montenegro, entre 20 e 50 metros de distância da escola Almirante Tamandaré, no conjunto habitacional da Cohab, no bairro da Marambaia, onde ela estava realizando a prova. Ela assegura que registrou o boletim de ocorrência na seccional urbana do bairro, às 11h43, portanto antes do final da prova,
'Não estou fazendo denúncia contra a empresa que realizou a prova ou contra a prefeitura. Só quero meu direito de concorrer em condições iguais no concurso que eu paguei a inscrição. Se todo mundo tivesse coragem para reclamar do que está errado o Brasil não estaria assim. Fiz a minha parte, agora cabe às autoridades investigar', disse a denunciante. Ela prestou depoimento ontem na Dioe junto com outras duas candidatas.
O processo seletivo da Guarda Municipal teve mais de 44 mil inscritos. Encerrada na madrugada de ontem, a correção das provas foi feita na sede da Secretaria Municipal de Esporte, Juventude e Lazer (Sejel), na Aldeia Amazônica, na avenida Pedro Miranda, no bairro da Pedreira. Depois de procurado pela reportagem, o presidente da Fundação, Ricardo Gluck Paul, preferiu não comentar as denúncias. A assessoria de imprensa da entidade informou ainda que hoje a coordenação da instituição concederá entrevista coletiva à imprensa, às 10h, no auditório da Sejel.

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