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Isso aí que você leu acima é o lead – a abertura, o primeiro parágrafo – de notícia disponível no site da Agência Pará de Notícias.
Com a mais absoluta certeza, faltou conversar, ou melhor, combinar antes com os russos.
Ou com o russo, no caso Sua Excelência o secretário de Estado da Fazenda, José Raimundo Trindade.
Se vocês ainda têm dúvidas, observem as imagens.
Elas mostram as partes inicial e final de portaria publicada no Diário Oficial do Estado – mais oficial que isso, impossível – de 27 de dezembro de 2007.
A portaria é assinada por Trindade.
Trata-se, como se vê, do julgamento de processo administrativo mandado instaurar para que se apurasse a “responsabilidade administrativa dos servidores que designaram os servidores Antônio Edson da Silva Moura e José de Ribamar Ferreira, ocupantes do cargo de motorista, código GEP-TP-1.101.1 Classe "A", para desempenharem atribuições e responsabilidades diversas das inerentes aos seus cargos.”
“Atribuições e responsabilidades diversas das inerentes aos seus cargos”, em bom português – e em mau também -, nada mais são do que desvios de função.
Pois é.
O julgamento de Trindade expressa que ele não apenas toma conhecimento do desvio de função na Sefa, como reconhece a sua gravidade e extensão, o que desmente, portanto, a alegação atual da Secretaria de que tal desvio não existe.
Olhem só o trecho do relatório de julgamento de Trindade, constante da portaria:
Concluiu a comissão de sindicância pela responsabilidade dos chefes por omissão no desempenho de suas atribuições, tendo suas condutas ferido o que preceitua o Art. 177, inciso VI e Art. 178, inciso XIV da Lei nº 5.810/94, e recomenda a autoridade a imediata instauração de Processo Administrativo Disciplinar.
E aí?
E aí que não houve processo administrativo disciplinar.
Por quê?
Olhem só o que diz o secretário na sua decisão:
DECIDO:
Acatar o parecer exarado pela COFAZ, segundo o qual “abrir PADs ou SINDICÂNCIAS para apurar desvio de função significa mobilizar a SEFA inteira para constituir comissões disciplinares; nos coloca, de fato, frente a um grande problema de gestão administrativa. Neste sentido proponho:
I) Constituição de GT: DAD, COFAZ, CONJUR com o objetivo de construir diagnóstico de desvio de função na Secretaria; sob Coordenação da DAD;
II) Estabelecer de imediato procedimento normativo que discipline as atividades funcionais. Este procedimento somente possui caráter discricionário, pois as funções já estão previamente definidas em diploma legal.
Assim, dou como julgado o presente Processo de Sindicância.
Viram?
Trindade estriba-se, ampara-se em parecer da Corregedoria Fazendária, desprezando a recomendação da Comissão de Disciplina.
O Sinditaf pediu cópia desse parecer.
Até agora, não foi atendido, segundo consta de representação encaminhada ao Ministério Público.
E ao que tudo indica, o MP vai agir.
Ora, se vai!
2 comentários:
o Zé Trindade é concursado???
Entendi pela decisão do Secretário que existe um grande problema administrativo para resolver, e para isso o governo tem que tomar uma atitude e trabalhar. Portanto o melhor é deixar como está.
Estou certo na interpretação?
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