quinta-feira, 30 de julho de 2009

Veraneio termina sujo

No AMAZÔNIA:

A falta de educação dos veranistas, aliada a uma coleta deficitária e ao problema da destinação adequada dos detritos, transformou os principais balneários paraenses em lixeiras durante o mês de julho. A estimativa é de mais de 3,6 mil toneladas de lixo nas praias de Salinas, Mosqueiro, Outeiro, Marudá, Crispim e Algodoal. O engenheiro sanitaristas e ambiental e professor da Universidade Federal do Pará, Antônio Noronha, chama a atenção de quem vai às praias e despeja a sujeira em qualquer lugar: 'Há pessoas que não percebem que esse comportamento gera altos gastos com a coleta para o poder público. Por isso, que cada um deve fazer a sua parte e não lançar o lixo diretamente nas praias'.
Em Mosqueiro, a estimativa é da Secretaria Municipal de Saneamento, que aponta 1.600 toneladas de lixo domiciliar no distrito, uma quantidade quatro vezes maior que a que foi recolhida no mês passado. De acordo com o órgão do município de Belém, o balneário é um dos que mais produzem lixo no Estado devido ao grande contingente de veranistas nas praias do Chapéu Virado, Murubira e Farol, localizadas na orla. A Sesan garante que a coleta está sendo feita diariamente e pede a colaboração dos veranistas, moradores e donos de barracas. A orientação é esperar o carro coletor passar e depositar o lixo nos locais apropriados, como contêineres e sacolas.
Já em Salinas a produção de lixo em julho deve chegar a mais de 800 toneladas ao final deste mês. A estimativa é sustentada pelo professor Antônio Noronha, uma vez que o Corpo de Bombeiros Militar (CBM) aponta que, nos finais de semana, circulem somente na praia do Atalaia, a mais movimentada do município, 200 mil pessoas. Segundo a Associação brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a média diária de produção por indivíduo em áreas urbanas é de um quilo. O engenheiro sanitarista confirma essa média no balneário mais concorrido do Pará. Aplicando a quantidade para os quatro fins de semana do veraneio é fácil ultrapassar as 800 toneladas, uma vez que a cidade tem outros pontos, como as praias do Maçarico e Farol Velho, também muito frequentadas.
Noronha afirma que Salinópolis também passa por sérios problemas com o lixo. A falta de coleta regular e a destinação inadequada estão gerando, por exemplo, desde uma revoada de moscas por toda a cidade até contaminação do lençol freático - e a consequente piora na qualidade da água potável - e a segurança das aeronaves, uma vez que o 'lixão' fica nas imediações do pequeno aeroporto do balneário. A Advocacia Geral da União já entrou com ação na Justiça contra a prefeitura e barraqueiros das praias do Atalaia, mas a questão ainda está longe de ser resolvida.
Algodoal - Há cinco anos, Antônio Noronha realizou estudos sobre os resíduos sólidos nas praias de Algodoal. Na época, a quantidade de frequentadores no distrito pertencente ao município de Maracanã era de 15 mil pessoas. Hoje a multidão chega próximo ao 28 mil visitantes, em média, aos fins de semana, contrastando com os cerca de 2,5 mil habitantes da ilha. Como é uma área rural, a produção média de lixo diária é de 400 gramas por pessoa, segundo o engenheiro. Os veranistas aumentam a quantidade semanal de lixo para 12,2 toneladas, alcançando ao final de um mês de férias o volume de quase 49 toneladas.
'Algodoal vive também um drama com o lixo. A área de terra firme é muito pequena: apenas a parte em que a vila de pescadores foi povoada. O resto todo é de mangues, dunas, praias e restinga, ecossistemas muito importantes do ponto de vista ambiental e paisagísticos e muito frágeis também. Lá, não tem nenhum tipo de coleta de lixo e a destinação dos resíduos é pior ainda. A ilha tem ainda a questão do avanço imobiliário que é muito forte também. Outro fator de degradação', comenta Antônio Noronha.

Um comentário:

Anônimo disse...

Em Salinas, no Atalaia, a falta de educação é democraticamente dividida entre "barões" e farofeiros.
De ponta a ponta vê-se as marcas do descaso, desleixo e despreparo dos imundos, seja riquinho ou zé ruela.
Restos de comida, garrafas de vidro e pet, casca de coco e de carangueijo, embalagens e copos plásticos, latas de refrigerantes e de cerveja demarcam o "território" de cada grupo de emporcalhadores da natureza.
Ao fim da jornada de lazer suino, ficam as marcas da insensibilidade, da falta de educação e da agressão impune ao meio ambiente.
Resta aos urubus, parceiros educados dessas tribos porcalhonas, finalizar o que resta do "banquete" dos insensatos!