terça-feira, 16 de junho de 2009

O Pará nos eixos, independentemente de governos e pessoas

Leitores encheram de comentários a caixinha da postagem em que uma publicitária e seu amigo mineiro foram a Salinas e se assustaram – ele muito mais do que ela – com tudo o que viram.
“Neste último fim de semana, tive necessidade de ir até a Vila dos Cabanos (Barcarena). Não fosse, realmente, por necessidade não teria ido”, depõe um leitor.
“Estive em Salinas no último final de semana e vim de lá correndo de medo. Além da total intrafegabilidade das principais vias de acesso à cidade, presenciei dois assaltos: o primeiro, na noite de sexta-feira, próximo à Cairu da orla, um casal (ela médica pediatra) e seus dois filhos roubados por dois marginais armados com facas”, conta um outro comentarista.
“Pior foram os meus sogros, que foram a Salinas este fim de semana e, enquanto assistiam ao Jornal Nacional, duas figuras entraram na casa, na cara de pau, armados e renderam o casal e a empregada...Caos total!”, informa a jornalista Yáskara Cavalcanti.
“Essa é a realidade dos municípios do Pará. Imaginem vocês. Se salinas, que recebe quase 40% da população de Belém em julho, está assim, imaginem o resto”, especula mais um leitor.
É uma pena que seja assim.
Porque Salinas é, sim, um recanto de maravilhas (vejam na imagem).
Mas é preciso ouvir essas vozes dissonantes.
Claro que é.
Há os que voltarão com aquela lengalenga de que não devemos falar de nossas mazelas.
Há, inclusive, os que erroneamente acham até que devemos – inclusive nós paraenses – ir embora daqui, já que seríamos os primeiros a falar mal do nosso torrão.
Besteira!
Como aqui já se disse, aquele período do ame-o ou deixe-o já passou.
E felizmente já passou faz tempo.
É preciso, sim, que construamos um novo Estado.
Mas não podemos ficar na passividade, nos elogios falsos e fáceis.
Elogios assim, marca dos áulicos, é que seriam trágicos.
E mais do que trágicos, ajudariam a reproduzir situações como essa, em que vendemos do nosso Estado uma imagem positiva e nos envergonhemos posteriormente, com as frustrações dos que vêm até nós e se depara com realidades totalmente contrárias às que alardeamos antes.
É o que aconteceu com o mineiro amigo da publicitária paraense.
Essas frustrações acabam soando, lá no nosso íntimo, com uma traição nossa contra nós mesmos.
Uma traição, inclusive, às nossas esperanças, às nossas expectativas de que o Pará entre nos eixos e tenha a relevância que merece, independentemente de governos, de partidos e de pessoas.

5 comentários:

Francisco Sidou disse...

Salinas não merece tanto abandono e descaso. A cidade deveria ser uma vitrine do Pará, pelas suas belezas naturais e potencial turístico. Enquanto a Paratur manda seus técnicos "vender" o Pará na Europa, com ênfase no circuito Elizabeth Arden (Roma,Londres e Paris), sobre Salinas nada se promove. Sua população sofrida mais uma vez comprou "gato por lebre" ao eleger um médico-cirurgião, na vã ilusão de que ele estaria mais habilitado para efetuar competente diagnose dos problemas da cidade e realizar necessários cortes cirúrgicos nas suas principais mazelas administrativas. Em campanha, dr. Vagner vendeu a ilusão de que sendo "amigo" da governadora e "companheiro" do presidente Lula,iria, caso eleito, conseguir os recursos necessários para aplicar um "choque de gestão" na prefeitura de Salinas,espantando de vez a "cultura do atraso".
Na verdade, em estado de choque têm ficado os eleitores ludibriados e os amigos da cidade, ao constatarem o estado agônico em que Salinas se encontra. Decorridos quase seis meses de sua desastrada gestão, o prefeito eleito continua jogando a culpa pelos problemas da cidade a uma tal de "herança maldita" da fase "Di mal a pior". A falta de recursos numa cidade com o potencial turístico de Salinas decorre também da falta de iniciativa do gestor em buscar patrocínios de grandes empresas para a "revitalização" da Praia do Atalaia,por exemplo, a maior vitrine a céu aberto do Pará.Quanto às ruas esburacadas, será que o prefeito, com tanto "prestígio" com a governadora, não conseguiria,pelo menos, uma "mãozinha" amiga da Secretaria de Transportes, chefiada pelo "companheiro" Ganzer ?
Nada sendo feito até julho, por omissão das autoridades competentes (?) veremos Salinas morrer na praia da inanição e na UTI do abandono. Desse jeito, fica difícil, realmente, o Pará sediar algum evento importante como a Copa do Mundo. Para mostrar o quê aos turistas se tratamos tão mal nosso principal balneário?

Anônimo disse...

É, caro poster, infelizmente a nossa capacidade de indignação tem sido minada.
Minada pelo comodismo, pela aceitação passiva da redução dos nossos direitos mais básicos.
A saúde pública está na uti; damos um jeitinho de pagar plano de saúde.
A educação oficial cai aos pedaços; sacrificamos o que já não temos e pagamos escolas particulares para tentar salvar a formação dos filhos.
Sofremos com a violência todo dia, o dia todo, em qualquer lugar.Mas, por sabermos que seremos pessimamente atendidos, nem ousamos nos aproximar de uma delegacia de polícia para registrar a queixa.Além do conformismo de que nenhum incômodo a dona Justiça, lenta e cega, causará aos bandidos, eternamente livres, mesmo já possuindo extensa ficha criminal.
Buracos nas ruas? Buracos nas rodovias? Promessas de tapa-buracos nas vésperas de julho? Ora, isso já "faz parte" do calendário anual.
Turismo? temos sim: turismo de exploração dos incautos. Preços de New York, serviço e atendimento de beira de igarapé.
E nós vamos aceitando, aceitando, tudo piorando ano após ano.
E a qualidade caindo, caindo.
Pobre Belém, pobre Salinas, pobre Mosqueiro, pobre veraneio paraense, pobre turismo do Pará.
Terra do "ja teve"; terra do "naquele tempo era bom".
Infelizmente, parte da culpa é nossa.
Nós, eleitores.
É ou não é?

Anônimo disse...

Perguntar não ofende: o que os governos tucanos, que tantos os petistas condenavam, fizeram por Salinas?
A única obra do governo Ana Júlia foi a reforma da casa oficial que, aliás, nem precisava de reforma alguma; só pra ela e sua thurma fazerem as festanças de final de semana.
Ou governinho incompetente, esse do PT.

Adriana Mattoso disse...

Se Belém já é uma terra de ninguém, onde há assaltos em qualquer rua da cidade, rica ou pobre, a qualquer hora do dia, que dirá Salinas!

Poster disse...

É isso, Adriana.
É uma pena que Salinas esteja como está: tão linda e tão abandonada.
Abs.