segunda-feira, 8 de junho de 2009

Greve tem novo capítulo

No AMAZÔNIA:

'Encerrar a greve não é uma possibilidade. O que será definido hoje será a manutenção ou a suspensão da greve', afirmou Jair Pena, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores na Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp). Hoje, às 9 horas, os professores em greve se reúnem em frente ao prédio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) para definir o destino do movimento. A greve poderia ter chegado ao fim na última sexta, mas o anúncio de que os servidores teriam descontados os 22 dias letivos em que deixaram de lecionar fez com que a paralisação ganhasse sobrevida. Para a Seduc, 'a greve dos professores agoniza'. Os servidores cruzaram os braços dia 6 de maio.
Além de frustar a expectativa dos servidores, a nova postura assumida pelo governo do Estado coloca em risco um milhão de crianças e adolescentes atendidos pelo sistema público de ensino. 'O governo voltou atrás no que diz respeito ao desconto salarial. Logo, o movimento também pode mudar de ideia e não repor os dias letivos', ameaçou o sindicalista.
A não reposição dos 22 dias letivos implica em anulação do ano letivo. A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) determina que o ano escolar tenha, pelo menos, 200 dias letivos.
'A reposição dos dias parados sempre foi uma certeza para a categoria. Desde o início do movimento deixamos claro que os dias parados seria repostos. A categoria entende como uma afronta a atitude do Governo em descontar esses dias. A resposta poderá ser a não reposição das aulas', reitera Jair Pena.
Durante a última audiência a secretária Estadual de Educação, Iracy Gallo, propôs o pagamento dos dias parados à medida em que a reposição seja feita. Pelos cálculos do Sintepp, o dinheiro só seria recuperado em 2010, já que durante o mês de julho não há aulas.
Agonia - A assessoria de comunicação da Seduc divulgou nota afirmando que a greve dos professores vive dias de agonia. O texto afirma que a maioria dos professores já retornou às aulas, deixando isolado o sindicato da categoria, o Sintepp. Os dados teriam sido obtidos através do 'mapa da greve' monitorado pelos gestores das unidades descentralizadas da Seduc. A informação é negada pelo Sintepp.
O 'mapa' feito pela Secretaria mostra que do total de 374 escolas localizadas na Região Metropolitana de Belém, apenas 70 ainda não voltaram inteiramente à normalidade. 'Isso demonstra que o movimento já se esgotou e que está na hora de voltarmos às salas de aula', defende o gestor da unidade 14, Augusto Mouzinho, que gerencia 19 escolas de Ananindeua, das quais apenas seis aderiram ao movimento.
Já as escolas localizadas nos bairros do Jurunas, Condor e Cremação, que integram a Unidade 4, e que haviam paralisado as aulas desde o início do movimento, deflagrado no dia 6 de maio, também já retomaram suas atividades normais. 'Do total de 19 escolas, apenas cinco ainda continuam paralisadas', informa o gestor da unidade, José Messiano Ramos.

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